Atirador da Flórida foi interrogado em 2016 por autoridades estaduais
Agência de serviço social determinou que Nikolas Cruz tinha baixo risco de se ferir ou machucar outras pessoas; sobreviventes do massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, marcam protesto em Washington para o dia 24 de março
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Por Redação
PARKLAND, EUA - Uma agência de serviço social da Flórida conduziu uma investigação sobre Nikolas Cruz, autor do massacre na semana passada em uma escola de ensino médio do Estado. As autoridades foram alertadas um ano e meio atrás, depois de ele apresentar comportamento problemático, segundo relatórios do Estado.
O Departamento de Crianças e Famílias da Flórida foi informado sobre Cruz depois de ele publicar, em setembro de 2016, imagens no aplicativo Snapchat nas quais aparecia cortando os próprios braços e expressava interesse em comprar uma arma, segundo a investigação.
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Depois de visitar e questionar o jovem em sua casa, porém, os agentes determinaram que ele apresentava baixo risco de se machucar ou infligir danos a outras pessoas. A automutilação teria sido causada pela frustração causada pelo fim de um relacionamento amoroso.
Além disso, a análise concluiu que a avaliação sobre a periculosidade do jovem feita por um dos conselheiros da escola em que ele estudava era prematura, já que ele recebia cuidados de sua mãe, frequentava a escola regularmente e participava de sessões de aconselhamento.
Na semana passada, porém, dois dos três elementos listados pelo departamento como estabilizadores não existiam mais: sua mãe morreu em novembro e ele foi expulso da escola Marjory Stoneman Douglas em razão de seu comportamento.
“O garoto exibiu todos os sinais vermelhos conhecidos, desde matar animais e ter um esconderijo de armas, a comportamento disruptivo e dizer que queria ser um atirador de escola”, disse Howard Finkelstein, defensor público do condado de Broward, cujo escritório defende Cruz. “Se esta não é uma pessoa que deveria ter chamado a atenção das autoridade, eu não sei quem seria. Este foi um caso de falha em múltiplos sistemas.”
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Ataque em escola na Flórida mata 17
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Ataque em escola na Flórida mata 17
O jovem Nikolas Cruz, de 19 anos, matou 17 pessoas em uma escola na Flórida na quarta-feira 14. Ele estudou no local e, segundo testemunhas, era descr... Foto: AP Photo/Joel AuerbachMais
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O xerife Scott Israel, do Condado de Broward, responsável pela região, afirmou que o suspeito usou um rifle AR-15 contra os estudantes Foto: Mark Wilson/Getty Images/AFP
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Segundo relatos, Cruz usava máscara de gás, um chapéu preto e calça e blusa marrons no momento do ataque Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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Ele seria integrante de grupos pró-armas nas redes sociais e teria participado de debates na internet sobre fabricação de bombas Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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O atirador chegou ao colégio Marjory Stoneman Douglas no horário de saída dos alunos. Antes de atacar, ele disparou o alarme de incêndio, justamente p... Foto: Saul Martinez/The New York TimesMais
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Ele foi preso sem apresentar resistência na cidade vizinha de Coral Springs, cerca de uma hora após deixar a escola Foto: John McCall/South Florida Sun-Sentinel via AP
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Nikolas Cruz foi acusado formalmente de 17 homicídios premeditados. Um promotor público do Estado apresentou as acusações no dia seguinte ao ataque Foto: Mike Stocker-South Florida Sun-Sentinel via AP
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Segundo autoridades, o agressor comprou a arma usada no massacre legalmente. Era conhecido como um jovem amante das armas que havia sido expulso do co... Foto: ReutersMais
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Nikolas Cruz tinha problemas familiares e perdeu a mãe adotiva recentemente, antes de se mudar para a casa de amigos, onde apresentava um comportament... Foto: ReutersMais
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Cruz e seu irmão biológico, Zachary, são filhos adotivos. Seus pais os adotaram depois de terem se mudado de Nova York para a Flórida, nos anos 1990 Foto: Michele Eve Sandberg/AFP
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Cruz chegou a receber tratamento psicológico por um tempo, mas desistiu das sessões há mais de um ano, segundo o prefeito do Condado de Broward, Beam ... Foto: Cristóbal Herrera/EFEMais
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A família está cooperando com as investigações e não é suspeita de colaborar com o ataque, segundo o relato do advogado que a representa Foto: Mike Stocker/South Florida Sun-Sentinel via AP
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O presidente dos EUA, Donald Trump, atribuiu o ataque a um distúrbio mental e à falta de vigilância Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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Trump não mencionou em momento algum a questão do controle sobre a venda de armas de fogo Foto: Reuters
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Nascido em setembro de 1998, Cruz (centro) havia publicado nas redes sociais mensagens "muito alarmantes", indicou o xerife Scott Israel Foto: AFP PHOTO / AFP TV / Miguel GUTTIEREZ
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Um dia antes do ataque, o jovem (foto) postou um vídeo em uma rede social afirmando que "coisas ruins vão acontecer amanhã" (quarta-feira) Foto: Broward County Sheriff/Handout via REUTERS
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Um estudante entrevistado pela emissora local WSVN-7 explicou que o jovem era "um menino com problemas" que possuía armas em casa e falava em usá-las.... Foto: Instagram via APMais
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Outro estudante entrevistado pela emissora WJXT afirmou que era previsível que Cruz cometesse um ataque.A foto foi postada pelo agressorem sua conta n... Foto: Instagram via APMais
Protestos
Os estudantes que sobreviveram ao massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, anunciaram ontem que estão organizando um protesto em Washington, no dia 24 de março. Batizada de “March for Our Lives”, a manifestação pretende pressionar os políticos americanos a agir para controlar o mercado de armas de fogo.
“Este é o momento para falarmos sobre controle de armas: 24 de março. Minha mensagem para o governo é: vocês estão conosco ou estão contra nós?”, disse Cameron Kasky, estudante da Marjory Stoneman, em entrevista coletiva concedida ontem. “Estamos perdendo as nossas vidas enquanto os adultos estão brincando.”
Além da manifestação em Washington, os estudantes da Flórida pedem também que outros protestos aconteçam em escolas de todo o país, fazendo com que o massacre de Parkland se transforme num ponto de virada na política de controle de armas dos EUA. / NYT, REUTERS e AP