Aumenta a tensão na relação entre Biden Netanyahu sobre a guerra em Gaza; entenda

Primeiro-ministro de Israel rebate críticas e diz que presidente dos Estados Unidos ‘está errado’

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Foto do author Jorge Barbosa
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rebateu as críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a política israelense na guerra em Gaza “prejudicar mais do que ajudar”. De acordo com Netanyahu, o chefe de Estado americano “está errado” e a política adotada na região atende ao desejo da maioria dos cidadãos israelenses.

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Netanyahu publicou na rede social X (antigo Twitter) um trecho da entrevista concedida ao site Politico, onde ele responde sobre as afirmações feitas por Biden no sábado, 9, durante uma entrevista à emissora de TV MSNBC.

“Eu não sei exatamente o que o presidente Biden quis dizer, mas se foi sobre a minha política não estar de acordo com os desejos da maioria dos israelenses e que isso prejudica os interesses de Israel, então ele está errado em ambos os aspectos”, afirmou Netanyahu neste domingo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, fez críticas à política israelense na guerra em Gaza Foto: Shawn Thew/AP

Biden também disse que Netanyahu “deve prestar mais atenção às vidas inocentes perdidas como consequência das ações tomadas”. O presidente do EUA já vinha alertando durante meses que Israel corre o risco de perder o apoio internacional devido ao aumento das baixas civis em Gaza.

Os comentários de Biden foram feitos depois que ele foi ouvido, por conta de um microfone aberto, na última quinta-feira, 7, dizendo a um senador que ele e o líder israelense precisarão de uma “come-to-Jesus meeting” (reunião “venha a Jesus”, em tradução livre). A expressão é usada nos EUA para se referir a uma conversa franca.

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A ideia de Biden era dar um ultimato no mandatário israelense sobre a condução do conflito. Nas últimas semanas, o americano vem sofrendo pressão política interna e externa para fazer Israel concordar com um cessar-fogo à medida que o número de mortos de civis em Gaza. O impasse vem aumentando as tensões entre os dois líderes.

Segundo Netanyahu, as políticas adotadas na guerra não são decisões pessoais dele apenas, mas sim da maioria esmagadora da população israelense. “Eles apoiam as ações que nós estamos tomando para destruir o restante do Hamas”, acrescentou.

O primeiro-ministro de Israel acrescentou que o próximo passo após a vitória contra o Hamas será incentivar a Autoridade Palestina a educar as crianças para se posicionarem de forma contrária ao terrorismo. Sem existir um diálogo entre Israel e a Autoridade Palestina, diz Netanyahu, há riscos de uma repetição, no futuro, de ofensivas semelhantes às registradas no dia 7 de outubro, quando o Hamas invadiu Israel e deixou 1,2 mil mortos, o que culminou na guerra atual.

Impasse

As esperanças internacionais de alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã foram frustradas neste domingo, 10, horas antes de os palestinos e outros muçulmanos começarem o mês de jejum diurno, enquanto o Hamas repetia as exigências de um cessar-fogo abrangente. que Israel rejeitou.

Egito, Catar e Estados Unidos tentaram mediar uma trégua entre Israel e o Hamas antes do início do Ramadã, e havia otimismo para um acordo de última hora que permitiria a libertação de alguns reféns israelenses mantidos em Gaza e Palestinos detidos em prisões israelenses.

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Mas, semanas de negociações estagnaram. Um dos principais líderes políticos do Hamas, Ismail Haniyeh, disse num discurso televisionado neste domingo, 10, que o Hamas queria um acordo que acabasse com a guerra, garantisse a retirada das forças israelitas de Gaza, devolvesse os palestinianos deslocados aos seus casas e suprir as necessidades humanitárias dos habitantes de Gaza. / COM THE NEW YORK TIMES

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