SYDNEY - O governo da Austrália afirmou nesta quinta-feira, 24, que considera "muito provável" que os destroços encontrados no litoral de Moçambique sejam do voo MH370 da Malaysia Airlines, que desapareceu há mais de dois anos com 239 pessoas a bordo.
Os dois pedaços de avião encontrados foram levados recentemente para análise no país, que lidera uma operação internacional de busca no Oceano Índico, onde os analistas acreditam que estão as demais partes da aeronave.
O ministro dos Transportes da Austrália, Darren Chester, disse que a avaliação das duas peças mostrou que ambas coincidem com as características de painéis de um Boeing 777 da Malaysia Airlines.
"A análise concluiu que os destroços são, com quase toda segurança, do MH370. O fato de eles terem sido encontrados na costa leste da África concorda com os modelos estabelecidos para as correntes marinhas e reafirma ainda mais a busca no sul do Oceano Índico", disse Chester em comunicado.
Já o ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai, confirmou que as duas peças foram identificadas como partes de um Boeing 777 e que os investigadores acreditam que são do avião desaparecido. "A pintura e os modelos dessas duas peças são similares às da Malaysia Airlines. Os investigadores concluíram que elas são, sem dúvida, do MH370", disse Liow ao jornal The Star.
A Austrália lidera uma operação de busca da qual também participam Malásia e China. As equipes procuram destroços da aeronave em uma região de 120 mil km² de uma remota região do Oceano Índico, mas ainda faltam 25 mil km² a serem vasculhados.
Em julho de 2015, foi encontrado um fragmento da asa do avião na Ilha Reunião, que fica ao leste de Madagascar, até então o único indício de que o Boeing 777 havia de fato caído no Índico.
A Malásia pretende enviar ainda nesta semana uma equipe à África do Sul para fazer novas buscas no litoral leste do país depois que as duas peças foram encontradas.
O MH370 desapareceu dos radares 40 minutos após decolar de Kuala Lumpur rumo a Pequim. Segundo a investigação oficial, alguém desligou os sistemas de comunicação e manobrou a aeronave, que acabou caindo no mar após ficar sem combustível. /EFE
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.