ROMA - Outros 2.000 imigrantes foram resgatados neste domingo, 16, no Mediterrâneo Central, onde também foram encontrados sete corpos de um naufrágio, de acordo com a Guarda Costeira da Itália e as ONGs que operam nesta área.
A Guarda Costeira, que coordena as operações no Canal da Sicília, disse à Agência EFE que hoje foram resgatados 2.000 imigrantes em 21 operações, embora o número seja uma estimativa, já que ainda não há dados oficiais, uma vez que nos resgates participaram embarcações privadas, como dois barcos mercantes que se aproximaram para ajudar.
Além disso, a associação Estação de Ajuda Costeira a Imigrantes (MOAS), fundada por um casal de Malta, informou que sua embarcação Phoenix tinha avistado cerca de 20 cadáveres, mas ao final conseguiu recuperar somente sete corpos.
Entre eles o de um menino de oito anos, como confirmou em sua conta de Twitter um dos fundadores da MOAS, Chris Catrombe: "Imagine recuperar o corpo sem vida de um menino de oito anos no dia da Páscoa. Não esquecerei nunca este dia ".
Os resgates de hoje se somam aos 4.500 imigrantes resgatados ontem e aos cerca de 2.000 de sexta-feira.
As ONGs fizeram um chamado para pedir mais embarcações que possam ser deslocadas no lugar, já que seus próprios barcos alcançaram a capacidade máxima de migrantes resgatados, enquanto as condições do tempo começam a piorar.
Um porta-voz da organização Médicos sem Fronteiras denunciou que os resgatados apresentavam sinais evidentes das torturas sofridas nos acampamentos onde os traficantes lhes fazem esperar na Líbia antes de embarcar para a Itália.
Com o bom tempo que predomina no litoral da Líbia, as embarcações repletas de migrantes que tentam chegar à Europa se multiplicaram. Segundo os dados do Ministério do Interior italiano, neste ano, e sem contar os últimos três dias, chegaram ao país 27.000 imigrantes, 35% a mais que no mesmo período do ano passado, sendo que, deste total, 3.557 são menores desacompanhados. / AFP e EFE
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