Um Boeing 737-8AS da Jeju Air com 181 pessoas a bordo, sendo 175 passageiros e seis tripulantes, saiu da pista e colidiu com um muro no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, na manhã deste domingo, 29 (horário local). Apenas duas pessoas sobreviveram ao acidente, totalizando 179 mortes confirmadas pela equipe do Corpo de Bombeiros, em um dos piores desastres aéreos do país.
Um bombeiro explicou aos familiares das vítimas que “os passageiros foram ejetados do avião após a colisão do avião com o muro, deixando poucas chances de sobrevivência”. “O avião ficou quase totalmente destruído e é difícil identificar” os restos mortais, acrescentou o oficial.
Os trabalhadores de emergência retiraram duas pessoas, ambos membros da tripulação, para um local seguro. Autoridades de saúde disseram que elas estão conscientes e não correm risco de vida.
Leia também
Pássaros e trem de pouso
O acidente teria sido causado pelo “contato com pássaros, resultando em mau funcionamento do trem de pouso” durante a aterrissagem da aeronave no terminal aéreo, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Funcionários do Ministério dos Transportes também disseram mais tarde que a avaliação inicial dos registros de comunicação mostram que a torre de controle do aeroporto emitiu um aviso de colisão com pássaros. O piloto enviou um sinal de socorro pouco antes de o avião passar pela pista e derrapar em uma zona de proteção antes de bater no muro, disseram as autoridades.
Autoridades de emergência em Muan disseram que o trem de pouso do avião parecia ter apresentado defeito.
Imagens do acidente exibidas por canais de televisão sul-coreanos mostraram o avião da Jeju Air derrapando pela pista de pouso em alta velocidade, aparentemente com o trem de pouso ainda fechado, ultrapassando a pista e colidindo de frente com um muro de concreto nos arredores da instalação, provocando uma explosão. Outras estações de TV locais exibiram imagens mostrando grossas colunas de fumaça preta saindo do avião, que foi engolido pelas chamas.
A colisão do avião com o muro aconteceu às 9h no horário local (21h do sábado, 28, no horário de Brasília). O avião da Jeju Air estava pousando no aeroporto a cerca de 288 quilômetros da capital Seul, vindo de Bangkok, na Tailândia (veja o trajeto abaixo). Segundo autoridades, entre os passageiros estavam 173 sul-coreanos e 2 tailandeses.
Entre as 176 vítimas confirmadas até o momento, estão 85 mulheres, 84 homens e 10 outros cujos gêneros não foram imediatamente identificados. As equipes de resgate estavam retirando os passageiros pela parte traseira do avião, informou também a Yonhap.
Lee Jeong-hyeon, chefe do quartel de bombeiros de Muan, disse em um briefing televisionado que o avião foi completamente destruído, com apenas a cauda permanecendo reconhecível entre os destroços. Lee disse que os trabalhadores estavam analisando várias possibilidades sobre o que causou o acidente, incluindo se a aeronave foi atingida por pássaros, disse Lee.
Fotos compartilhadas pelas agências da Coreia do Sul mostram fumaça saindo do avião após a colisão. Serviços de emergência já estão trabalhando para identificar e resgatar os sobreviventes.
O presidente interino Choi Sung-mok, que foi nomeado líder interino do país na sexta-feira, ordenou esforços totais de resgate. O acidente acontece enquanto a Coreia do Sul luta contra uma crise política após uma tentativa mal sucedida do presidente Yoon Suk Yeol de declarar lei marcial pela primeira vez em décadas no início de dezembro. Os legisladores votaram em 14 de dezembro para destituir Yoon.
Leia mais:
Pronunciamento da Jeju Air
Por meio de sua conta no Instagram, a companhia aérea Jeju Air publicou um comunicado pedindo “desculpas pelos transtornos causados” e que fará “todo o possível para resolver este incidente”. Um número de consulta para os familiares dos que estavam na aeronave foi disponibilizado. O site oficial da empresa exibe a mesma mensagem.
A lista de passageiros e tripulantes que estavam na aeronave no momento do acidente ainda não foi divulgada./Com informações de AP e AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.