Avião com purificadores de água e medicamentos chega ao Egito; produtos vão para brasileiros em Gaza

Ação do governo federal visa garantir a saúde do grupo, enquanto a passagem pela fronteira do Egito não é liberada; avião ficará em Cairo aguardando para trazer os brasileiros

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Foto do author Giovanna Castro

Um avião cedido pela presidência da república do Brasil chegou ao aeroporto de Al-Arish, no Egito, na manhã (horário de Brasília) desta quarta-feira, 18, carregado de caixas de medicamentos, mantimentos e purificadores de água. Os produtos serão enviados para a Faixa de Gaza e entregues aos 28 brasileiros (14 deles, crianças) que aguardam a repatriação.

Caixas com purificadores de ar e medicamentos chegam em avião da previdência do Brasil ao Egito. Produtos serão enviados aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Foto: Divulgação/GOV BR e FAB

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Após o descarregamento dos materiais, a aeronave e sua tripulação decolaram para Cairo, capital do Egito, onde ficarão aguardando a chegada dos brasileiros. A saída do grupo de Gaza depende de uma liberação do governo egípcio e um cessar dos bombardeios na região da fronteira, informou o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.

Ao todo, 40 purificadores de água e dois kits de medicamentos, mais alguns insumos não informados, foram enviados pelo governo federal a Gaza nesta quarta. Antes, a embaixada brasileira local já tinha fornecido ajuda financeira para que as famílias pudessem comprar comida, água e remédios. Fraldas para bebês e fórmulas de leite também foram conseguidas.

Filha do palestino com cidadania brasileira Hasan Rabee bebe água mineral conseguida com ajuda da embaixada do Brasil na Palestina. Foto: Divulgação/Embaixada do Brasil na Palestina

Impasses na repatriação

Até o momento, não foi liberada a abertura da fronteira entre o território palestino e o Egito para a passagem de estrangeiros. O governo brasileiro já tem um esquema de resgate aos brasileiros engatilhado para quando essa liberação for feita.

“O presidente da república conversou com o presidente do Egito, com o presidente da Palestina. Estamos tratando dessa questão no nível político máximo. Nós já tínhamos um plano de contingência”, disse Alessandro Candeas. “O objetivo é retirar os brasileiros da zona de conflito, proteger os brasileiros, com todo o cuidado pela segurança.”

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Avião cedido pela Presidência da República do Brasil será utilizado na operação de resgate dos brasileiros. Foto: Divulgação/ GOV BR e FAB

Candeas afirma que a fronteira entre Gaza e o Egito já foi bombardeada ao menos três vezes desde o início da guerra. Isso fez com que ela permanecesse fechada – para além do embargo promovido por Israel ao território palestino e o receio do Egito sobre uma imigração em massa.

A passagem de estrangeiros também exige negociações diplomáticas. O governo brasileiro enviou na segunda-feira, 16, ao Egito, a lista de brasileiros que desejam ser repatriados, pedindo a liberação de passagem. O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, também chegou a conversar diretamente com o chanceler egípcio sobre o assunto.

Segundo Candeas, desde o início das informações de que mísseis do Hamas estavam atingindo Israel, a embaixada do Brasil na Palestina tomou a iniciativa de ligar para todas as famílias brasileiras que estavam em Gaza para saber se estavam bem e quais eram as suas condições.

No último sábado, 14, quando Israel emitiu uma ordem de deslocamento da população de Gaza para o sul, a embaixada alugou casas em Khan Younis e Rafah, cidades ao sul do território palestino, próximo da fronteira egípcia, visando maior segurança e agilidade na repatriação. Ônibus fizeram o transporte.

Enquanto aguardam pela repatriação, os brasileiros temem que a situação em Gaza piore e que não seja possível sair do território a tempo. Eles relatam que mesmo nas cidades ao sul, onde estão hoje, estão acontecendo bombardeios.

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“Tô cansada, perdi muito peso, de tão ansiosa que estou, de tão preocupada que estou, de tanto medo que estou sentindo, gente, pelo amor de deus. Já não sei o que fazer mais. Eu não quero perder a esperança, tá ligado? Mas está difícil, viu”, diz a jovem brasileira Shahed Al Banna, em um vídeo compartilhado pela embaixada com o Estadão.