Beluga perdida no rio Sena morre durante tentativa de resgate

Mamífero de cerca de 4 metros e quase 800 kg estava há mais de uma semana longe de seu habitat natural e sem se alimentar

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Por Redação
Atualização:

A beluga que ficou presa por mais de uma semana no rio Sena, no norte da França, morreu enquanto era transportada para um local onde receberia tratamento, anunciaram autoridades locais nesta quarta-feira, 10. O animal de quase 4 metros e cerca de 800 kg estava sem se alimentar e se encontrava em um “estado alarmante”, de acordo com especialistas em vida marinha.

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Uma operação complexa com participação de 24 mergulhadores conseguiu retirar a beluga da água durante a madrugada, na primeira etapa da missão para tentar devolvê-la ao mar. Os mergulhadores levaram seis horas para conseguir colocar o animal em uma rede, em uma eclusa na localidade de Saint-Pierre-la-Garenne. Primeiro, o animal foi colocado em uma embarcação com água salgada e depois seria transportado de automóvel até o oceano.

A beluga foi içada na rede impulsionada por uma grua e colocada na embarcação, onde recebeu atendimento de veterinários. Durante vários minutos, o cetáceo ficou suspenso no ar, agitando o corpo acima dos funcionários que participaram no resgate.

Beluga é içada em rede durante tentativa de resgate no rio Sena. Foto: Jean-François Monier/ AFP

O animal foi transferido para um caminhão refrigerado e transportado para a localidade costeira de Ouistreham, mas antes de chegar ao destino, os veterinários decidiram sacrificar a beluga.

“Apesar de uma operação inédita de salvamento da beluga, estamos tristes de anunciar a morte do cetáceo”, anunciou a prefeitura de Calvados no Twitter, que informou que ela foi submetida à eutanásia.

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“Lamentavelmente, o estado do cetáceo se agravou durante a viagem. Os exames veterinários revelaram a situação muito frágil e a atividade respiratória deficiente da beluga. Então foi tomada a decisão em grupo, com os veterinários, da eutanásia”, informou a prefeitura.

A ONG Sea Shepherd, que ajudou as autoridades francesas durante a operação, afirmou que “o resgate era arriscado mas essencial para dar uma chance a um animal que de outra maneira estava condenado”. “Após a deterioração de sua condição, os veterinários tomaram a decisão da eutanásia”.

Veterinários examinam a beluga após extração do rio Sena; profissionais optaram pela eutanásia após identificarem fragilidades do animal. Foto: Benjamin Legendre/ AFP

Observada em 2 de agosto no rio Sena, a beluga estava retida desde sexta-feira em uma eclusa localizada a 70 km de Paris e a 130 km da foz.

Ainda não se sabe como animal chegou ao local, pois as belugas têm por habitat as águas frias do Ártico e, embora desçam para o sul durante o outono do Hemisfério Norte, nunca se aventuram tão longe.

De acordo com o Observatório Pelagis, especializado em mamíferos marinhos, a população de belugas mais próxima é encontrada no arquipélago de Svalbard, ao norte da Noruega, a 3 mil quilômetros do rio Sena.

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Beluga estava há mais de uma semana perdida no rio Sena; habitat natural do cetáceo é o oceano ártico. Foto: Jean-François Monier/ AFP

Segundo a instituição, esta é a segunda vez que a presença de uma beluga é registrada na França. A primeira foi avistada no rio Loire, nas redes de um pescador, em 1948.

A situação da beluga gerou grande interesse dentro e fora da França, e várias fundações, associações e particulares fizeram doações para ajudar a salvá-la.

Em maio, uma orca ficou presa no mesmo rio. As operações para salvá-la fracassaram e o animal morreu de fome./ AFP

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