Biden chama novos bombardeiros na Ucrânia de ‘brutalidade total’ e reforça apoio ao país

Presidente dos Estados Unidos diz que os ataques não tiveram propósito militar; bombardeios atingiram diversas cidades ucranianas, incluindo Kiev

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Por Redação
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou os bombardeios russos em diversas cidades na Ucrânia nesta segunda-feira, 10, e os classificou como uma “brutalidade total da guerra ilegal de Putin”. Segundo o presidente, os ataques não serviram a nenhum propósito militar e acabaram reforçando o compromisso dos EUA de estarem com a Ucrânia na guerra.

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Até o momento, os EUA não anunciaram nenhum novo pacote de medidas contra os ataques. Biden deve participar de uma reunião virtual nesta terça-feira, 11, com os líderes do G-7 (EUA, Canadá, Japão, França, Alemanha, Itália e Reino Unido) para discutir os últimos acontecimentos da guerra.

Após os bombardeios, a China e a Índia, principais parceiras comerciais da Rússia, evitaram críticas diretas a Putin, mas renovaram os apelos para a desescalada militar imediata. “Todos os países merecem respeito por sua soberania e integridade territorial”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, nesta segunda. “Devem ser dados apoio a todos os esforços que sejam propícios para resolver pacificamente a crise”.

Bombeiro ajuda colega a escapar de uma cratera enquanto tentam extinguir fumaça de um carro em chamas em Kiev, após o bombardeiro da Rússia nesta segunda-feira, 10 Foto: Roman Hrytsyna / AP

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Arindam Bagchi, disse que Nova Délhi ofereceria apoio aos esforços para acalmar os combates. “A Índia está profundamente preocupada com a escalada do conflito na Ucrânia, incluindo o direcionamento de infraestrutura e mortes de civis”, disse Bagchi.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também condenou o ataque nesta segunda-feira. “Chocada e horrorizada com os ataques cruéis nas cidades ucranianas. A Rússia de Putin mostrou novamente ao mundo o que representa: brutalidade e terror”, escreveu no Twitter, também reforçando o apoio à Ucrânia.

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A série de bombardeios matou ao menos 14 pessoas em toda a Ucrânia e feriu outras 97, segundo as autoridades do país. A infraestrutura de energia e outros serviços essenciais também foi atingida, no momento em que o inverno do Hemisfério Norte se aproxima. Kiev também foi atingida, depois de quatro meses de trégua.

Como medida de precaução, a Ucrânia determinou que todas as escolas fiquem em ensino remoto. O temor é que os ataques marquem o início de uma nova ofensiva russa, com o apoio de Belarus – de onde partiu, segundo autoridades ucranianas, alguns drones que atingiram o país nesta segunda-feira; e onde o presidente, Alexander Lukashenko, disse que concordou com a Rússia em criar um “agrupamento regional de tropas”.

Em um discurso televisivo, Putin disse que os ataques foram uma resposta à explosão que atingiu a ponte do Estreito de Kerch, única ligação da Península da Crimeia com a Rússia e que tem um papel estratégico no conflito por facilitar envio de tropas e reabastecimento entre os dois territórios. A explosão foi atribuída à Ucrânia e chamada de “ataque terrorista” pelo presidente russo, e novos ataques aéreos não foram descartados caso a Ucrânia continue a atingir novos alvos.

Além disso, os ataques também aconteceram no momento em que a Ucrânia consegue obter êxito em contraofensivas e recupera territórios no campo de batalha nas regiões leste e sul.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, admitiu que o país enfrentou “uma manhã difícil” após a onda de bombardeios. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Zelenski acusou os russos de terrorismo e de mirar alvos civis. “Estamos lidando com terroristas. Eles têm dois alvos: infraestrutura energética e pessoas. Eles querem ver pânico e caos, destruir nosso sistema de energia. A Ucrânia estava aqui antes desse inimigo aparecer, a Ucrânia estará aqui depois dele”, disse.

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A Moldávia disse em um protesto que mísseis russos disparados do Mar Negro sobrevoaram o seu espaço aéreo.

Especialistas disseram que é muito cedo para dizer se os ataques terão um impacto significativo sobre as Forças Armadas da Ucrânia, mas afirmam que eles parecem ter sido realizados com o objetivo de aplacar os pedidos de nacionalistas russos, para que Putin intensifique o esforço de guerra. As críticas ao presidente aumentaram nas últimas semanas, com o avanço da contraofensiva ucraniana no leste e sul do país. /AP, NYT

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