Biden condena protestos violentos em universidades americanas contra a guerra em Gaza

Presidente dos Estados Unidos afirmou que protestos pacíficos são protegidos pela lei, mas protestos violentos e que colocam estudantes judeus em perigo não são admitidos

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou os protestos pró-palestinos nas universidades americanas. O discurso na TV foi a primeira declaração dele sobre a onda de manifestações das últimas semanas, que já registraram mais de 2 mil prisões em 40 câmpus.

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O presidente, que disputa a reeleição em novembro, disse que os americanos têm o direito de protestar, mas não o de provocar caos. “Destruir propriedades não é um protesto pacífico. É contra a lei.”

Os jovens protestam contra o apoio irrestrito da Casa Branca a Israel na guerra em Gaza, refletindo uma insatisfação da ala mais à esquerda do Partido Democrata. Na quarta-feira, 57 de 212 deputados democratas pediram a Biden que suspendesse a ajuda a Israel.

O presidente virou alvo fácil também dos conservadores, que criticam a falta de ação para conter as manifestações, rotuladas pelos republicanos de antissemitas. Em seu discurso, Biden rejeitou as críticas e a pressão para reprimir os estudantes.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participa de um evento em Washington, Estados Unidos  Foto: Doug Mills/NYT

Até agora, Biden havia oferecido apenas algumas frases de efeito em resposta a perguntas de jornalistas. “Em momentos como este sempre há quem tente obter ganhos políticos. Mas este não é um momento para política”, disse o presidente, que se colocou como um defensor da liberdade de expressão, mas reconheceu que muitas manifestações tinham ultrapassado o limite do discurso – uma clara tentativa de se defender dos dois lados.

“Não deveria haver lugar em nenhum câmpus, nenhum lugar nos Estados Unidos, para antissemitismo ou ameaças de violência contra estudantes judeus. Não há lugar para discurso de ódio ou violência de qualquer tipo”, disse.

Segundo a agência Reuters, assessores de Biden rejeitam a ideia de que os protestos possam custar sua reeleição. Eles argumentam que o número de participantes é pequeno em comparação com os mais de 40 milhões de eleitores da geração Z.

Nos últimos dias, a Casa Branca lançou políticas favoráveis aos jovens, como o perdão de dívidas estudantis. Na quarta-feira, ele suspendeu US$ 6 bilhões em dívidas de cerca de 370 mil estudantes de arte. Desde que assumiu, Biden já perdoou US$ 29 bilhões em dívidas de estudante.

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No entanto, qualquer tema pode ser determinante em uma disputa apertada. Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac, no mês passado, mostrou que 46% apoiavam a ajuda a Israel na guerra contra o Hamas e 44% se opunham. Mas, entre os eleitores registrados com idade entre 18 e 34 anos, apenas 25% apoiam a ideia e 66% são contra.

Já a pesquisa Reuters-Ipsos, de março, mostrou que os americanos entre 18 e 29 anos preferem Biden em vez de Trump por apenas 3 pontos porcentuais – 29% a 26% –, com o restante escolhendo outro candidato ou sem saber em quem votar. Biden venceu a eleição em 2020 com uma vantagem de 24 pontos entre os jovens.

Policia fecha acampamentos

Também nesta quinta, policiais desmantelaram um acampamento pró-Palestina na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Os agentes destruíram barricadas de um lado do acampamento e desmontaram madeira compensada e outros materiais que os manifestantes usaram para construir um muro ao seu redor.

Estudantes de outras universidades nos Estados Unidos seguem com os protestos, muitos deles resistindo às tentativas dos policiais de entrar no local, ampliando o desafio das administrações das instituições de ensino, que querem proteger a liberdade de expressão, proteger todos os estudantes e minimizar danos às universidades./com NYT

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