Biden e Zelenski assinam acordo de segurança de 10 anos entre EUA e Ucrânia na cúpula do G-7

EUA destacam que o objetivo é tornar a Ucrânia autossuficiente, fortalecendo as capacidades de defesa e dissuasão; Kiev vê acordo como ‘ponte’ para entrada na Otan

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, assinaram nesta quinta-feira,13 um acordo de segurança de 10 anos que comprometerá Washington a fornecer a Kiev uma ampla gama de assistência militar na tentativa de reforçar a luta da Ucrânia contra a Rússia.

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“Nosso objetivo é fortalecer a defesa e capacidade de dissuasão da Ucrânia no longo prazo. A paz duradoura para Ucrânia deve ser garantida pela sua capacidade própria de se defender agora e deter agressões em qualquer momento no futuro”, disse Biden ao lado Zelenski, que agradeceu o apoio, mas expressou preocupações com o futuro. “A questão é saber por quanto tempo essa unidade vai durar”, disse o ucraniano.

Biden prometeu que Washington deve ajudar Kiev a fazer as duas coisas: se defender e dissuadir, mas que isso não inclui o envio de tropas americanas para Ucrânia. Em vez disso, disse Biden, os EUA devem mandar armas e munições, expandir o compartilhamento de informações de inteligência, treinar tropas ucranianas em bases na Europa e nos EUA e investir na indústria de defesa da Ucrânia. A ideia, reforçou, é tornar a Ucrânia autossuficiente.

Presidente dos EUA, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodmir Zelenski, apertam as mãos após assinar acordo de segurança. Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Zelenski, por sua vez, destacou que o acordo cria uma “ponte” para a entrada da Ucrânia na Otan e celebrou o dia como “histórico”. “Este é um acordo com medidas para garantir a paz sustentável e, portanto, beneficia a todas as pessoas no mundo.”

O compromisso visa manter o apoio de futuras administrações dos EUA a Ucrânia, mesmo que o ex-presidente Donald Trump vença as eleições de novembro, disseram as autoridades. E faz parte do esforço de longo prazo dos Estados Unidos para ajudar a desenvolver as forças armadas da Ucrânia, que inovaram na guerra de drones e outras técnicas de ponta na luta contra a Rússia, mas também estão desesperadamente desarmadas e precisam de armas modernas.

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Antes da assinatura, autoridades disseram esperar que o acordo transcendesse as divisões políticas dentro dos Estados Unidos, mas reconheceram que Trump ou qualquer futuro presidente poderia se retirar do acordo porque não é um tratado e não será ratificado pelo Congresso.

Biden e Zelenski assinam acordo de segurança. Foto: Filippo Monteforte/AFP

“Queremos demonstrar que os EUA apoiam o povo da Ucrânia, que estamos ao seu lado e que continuaremos a ajudar a atender às suas necessidades de segurança não apenas amanhã, mas também no futuro”, disse Sullivan aos repórteres no Air Force One, enquanto o presidente voava para uma cúpula de líderes do G-7 na região de Puglia, no sul da Itália.

“Se [o presidente russo] Vladimir Putin acha que pode sobreviver à coalizão que apoia a Ucrânia, ele está errado”, disse Sullivan.

Com Trump à frente de Biden em muitas pesquisas eleitorais, o futuro do acordo permanece incerto. Trump, às vezes, expressou ceticismo em relação à luta contínua da Ucrânia, dizendo em certo momento que acabaria com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas, e pressionou para que a Europa assumisse mais o ônus de apoiar Kiev. Mas ele também acabou sinalizando sua concordância com a aprovação da ajuda à Ucrânia pelo Congresso.

O acordo vem após meses de negociações que começaram em agosto do ano passado, no mês seguinte a uma cúpula da Otan em que o governo Biden estava entre os mais relutantes em oferecer à Ucrânia um caminho rápido para a adesão à aliança. Em vez disso, as autoridades propuseram uma série de acordos bilaterais de segurança como forma de criar uma forma diferente de apoio organizado e vinculativo de longo prazo para Kiev.

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No entanto, pouco tempo depois do início das negociações, os bilhões de dólares de ajuda militar de curto prazo que os Estados Unidos enviam à Ucrânia se complicaram no Congresso, com os céticos republicanos da Câmara adiando a aprovação de novos fundos até abril - um período de sete meses que suspendeu as discussões sobre o acordo de 10 anos. As autoridades americanas acharam que não fazia muito sentido falar sobre compromissos de longo prazo com a Ucrânia quando não conseguiam reunir apoio para a luta imediata.

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Nesta quinta, Biden se junta a outros 15 países que assinaram acordos bilaterais com a Ucrânia, incluindo Reino Unido, França, Alemanha e Itália. Outros 16 países se comprometeram a fazer acordos semelhantes. As autoridades esperam que as nações coordenem a forma como cumprirão suas promessas de assistência, possivelmente começando em uma cúpula de líderes da Otan em Washington no próximo mês, embora nem todos os países que assinaram um acordo com Kiev sejam membros dessa aliança.

O pacto não compromete Washington a fornecer tropas para defender a Ucrânia se ela for atacada, ao contrário das promessas de defesa mútua da Otan, “um por um, um por todos”. Também não há uma cifra em dólares associada ao apoio que Washington fornecerá à Ucrânia.

Mas o acordo compromete os Estados Unidos a realizar consultas de alto nível com Kiev dentro de 24 horas se a Ucrânia for atacada novamente no futuro, e promete que o presidente dos EUA trabalhará com o Congresso para implementar os acordos de segurança, disse a autoridade.

Os Estados Unidos também continuarão a treinar as forças armadas da Ucrânia, aprofundarão a cooperação na produção da indústria de defesa e compartilharão mais informações de inteligência do que atualmente. E tentarão ajudar a construir o poder de dissuasão de longo prazo da Ucrânia em diferentes domínios - incluindo aéreo, marítimo e cibernético - disseram pessoas familiarizadas com o acordo.

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“Trata-se de mudar o ciclo de planejamento, deixando de combater apenas a guerra atual e passando a pensar em uma perspectiva muito mais ampla sobre dissuasão e defesa”, disse Eric Ciaramella, ex-funcionário da Casa Branca que agora é bolsista do Carnegie Endowment for International Peace.

“Esse não é o fim da história”, disse ele. “Haverá maneiras de tornar esses acordos mais fortes ao longo do tempo, incluindo a coordenação com os aliados”./COM W. POST E NY TIMES

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