O presidente americano, Joe Biden, falará por telefone com o colega ucraniano, Volodmir Zelenski, neste domingo, 2, após a tensa conversa com seu contraparte russo, Vladimir Putin, anunciou a Casa Branca.
Biden "vai reiterar o apoio americano à independência e à integridade territorial da Ucrânia, vai falar sobre a mobilização militar russa nas fronteiras ucranianas e vai revisar os preparativos para as próximas reuniões diplomáticas, destinadas a reduzir a tensão na região", afirmou um funcionário da Presidência.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou, por sua vez, ter conversado por telefone com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na sexta-feira, 31.
Em um tuíte, o chefe da diplomacia americana pediu à Rússia que "participe seriamente" das negociações para permitir o fim das tensões. Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou de ter concentrado dezenas de milhares de soldados em sua fronteira para uma possível invasão.
A Otan está "unida" e "disposta a dialogar", tuitou Stoltenberg.
Os Estados Unidos e a Rússia terão negociações bilaterais em 10 e 11 de janeiro em Genebra, chefiadas pela vice-secretária de Estado americano, Wendy Sherman, e seu contraparte russo, Serguei Ryabkov. Em 12 de janeiro haverá uma reunião Rússia-Otan, seguida no dia 13 de outra no âmbito da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
Os Estados Unidos, acusados de dirigirem alguns temas internacionais sem muita concertação com seus aliados, insistem em se coordenar estreitamente com os europeus e os ucranianos.
Mais de 100.000 soldados russos estão posicionados perto das fronteiras da Ucrânia, onde a Rússia anexou a Crimeia em 2014.
Além disso, considera-se que Moscou apoia os separatistas pró-russos no conflito travado no leste da Ucrânia há quase oito anos.
Biden ameaçou Putin com uma resposta firme caso invada a Ucrânia durante conversa por telefone na quinta-feira, na qual o presidente russo afirmou que a adoção de novas sanções contra Moscou seria "um erro colossal".
Após esta conversa de 50 minutos, a segunda em menos de um mês, ambos elogiaram, no entanto, a via diplomática como saída para a crise. / AFP
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