Biden recebe líderes de Finlândia e Suécia na Casa Branca em demonstração de apoio à adesão à Otan

Presidente americano prometeu apoio total e completo à adesão dos nórdicos à aliança militar e afirmou que países cumprem todos os requisitos para se tornarem Estados-membros

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Por Redação
Atualização:

O presidente dos EUA, Joe Biden, recebeu os líderes de Suécia e Finlândia na Casa Branca nesta quinta-feira, 19, em uma demonstração aberta de apoio ao pedido de adesão dos países nórdicos à Otan.

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Biden recebeu a premiê sueca, Magdalena Andersson, e o presidente finlandês, Sauli Niinisto, no Rose Garden, no começo da tarde, declarando “apoio completo, total” dos Estados Unidos para o ingresso na Otan, afirmando que submeteria ao Congresso um relatório pedindo a rápida aprovação da candidatura dos países ao bloco militar. Biden ressaltou que ambos “possuem todos os requisitos” para fazer parte do bloco.

O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, declarou que as forças armadas finlandesas são uma das mais fortes da Europa, e afirmou que a guerra na Ucrânia alterou o ambiente de segurança, influenciando a aproximação com a Otan. Abordando diretamente a oposição da Turquia sobre a inclusão dos países nórdicos na aliança, o presidente afirmou que está “aberto a discutir todas as preocupações que a Turquia possa ter”, detalhando que negociações já teriam começado.

Joe Biden caminha com a primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson,e o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, após manifestações iniciais no Rose Garden. Foto: Oliver Contreras/ EFE

“Agora que nós demos esse firme passo à frente, é hora da Otan se mover”, disse Niinisto.

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A resistência turca é o maior impasse ao processo de adesão dos dois países à Otan até o momento. Nesta quinta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a dizer que está determinado a “dizer não” a entrada de Finlândia e Suécia no bloco militar, repetindo as críticas sobre a presença de grupos militantes curdos considerados organizações terroristas por Ancara em seus territórios. Em um discurso a jovens turcos, Erdogan se referiu à Suécia como “um ninho completo do terror”.

Ainda não está claro se Erdogan planeja realmente bloquear a adesão dos países nórdicos à Otan ou se usa o cenário para obter concessões do Ocidente em questões como a compra de armas, o desequilíbrio econômico no país ou as acusações de violações de direitos humanos.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, declarou nesta quinta que espera resolver as preocupações da Turquia sobre as entradas de Suécia e Finlândia na aliança. “Estou confiante de que chegaremos a uma decisão rápida de receber a Suécia e a Finlândia para se juntarem à família da Otan”, disse ele, acrescentando: “Estamos abordando as preocupações que a Turquia expressou”.

Senado aprova ajuda de U$ 40 bi à Ucrânia

Ainda nesta quinta-feira, o Senado dos EUA aprovou a entrega de um novo pacote de assistência militar e humanitária na Ucrânia no valor de US$ 40 bilhões (R$ 195,6 bi), enviando a medida ao presidente Biden após um atraso de uma semana provocado pela objeção de um único senador. A votação foi de 86 a 11, com toda a oposição ao pacote vinda dos republicanos.

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O novo pacote ocorre quando o fluxo de ajuda dos EUA à Ucrânia ameaçou secar nesta semana, em meio a uma guerra que entrou em uma nova fase cansativa três meses após a invasão inicial da Rússia. O presidente ucraniano Volodmir Zelenski e seus aliados ocidentais estão se preparando para uma batalha prolongada no leste e sul do país, com duração de meses ou anos, para repelir as forças do presidente russo, Vladimir Putin.

O projeto de lei prevê US$ 20,1 bilhões (R$ 97,8 bi) combinados em ajuda militar que deve fornecer a transferência de sistemas avançados de armas, como mísseis antiaéreos Patriot e artilharia de longo alcance. Também estão incluídos no projeto mais de US$ 8 bilhões (R$ 39 bi) em apoio econômico geral à Ucrânia, quase US$ 5 bilhões (R$ 24,4 bi) em ajuda alimentar global para lidar com a potencial escassez de alimentos provocada pelo colapso da economia agrícola da Ucrânia e mais de US$ 1 bilhão (R$ 4,89 bi) em apoio combinado aos refugiados./ NYT e WPOST