Biden reitera a Netanyahu necessidade de criação de Estado palestino no pós-guerra

Na véspera, o primeiro-ministro israelense havia rejeitado a proposta americana para o futuro de Gaza

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Por Redação

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou em conversa com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, a necessidade de criação de um Estado palestino no pós-guerra. O telefonema desta sexta-feira, 19, foi a primeira comunicação direta entre eles em cerca de um mês.

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Biden disse a Netanyahu que a solução de dois Estados com garantias de segurança para Israel deve ser um elemento central nas discussões sobre o que acontecerá depois da guerra. O relato do lado americano foi feito por John Kirby, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

“O presidente mantém sua crença na promessa e na possibilidade de uma solução de dois Estados. Ele reconhece que isso exigirá esforço e liderança e está pronto para contribuir com seu trabalho para que esse resultado seja alcançado”, disse o porta-voz em entrevista coletiva.

Na véspera, Netanyahu havia rejeitado mais uma vez a solução de dois Estados defendida pela Casa Branca. Ele disse que só concordará com um acordo que conceda ao governo israelense o controle total da segurança de todo o território a oeste do Rio Jordão – uma referência à área que inclui a Cisjordânia, região que os palestinos esperam transformar em Estado independente. “Isso entra em conflito com a ideia de soberania. Mas o que podemos fazer?”, declarou.

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A Casa Branca, no entanto, negou que o telefonema tivesse relação com a fala do primeiro-ministro.

Presidente dos EUA, Joe Biden, encontra primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, durante visita a Tel-Aviv, 18 de outubro de 2023.  Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

Washington se mantém como um dos principais aliados de Tel-Aviv, mas as discordâncias sobre o futuro de Gaza são públicas. No mês passado, Netanyahu reconheceu o desacordo ao deixar claro que é contra ceder o controle do enclave para Autoridade Palestina.

“Eu gostaria de ser claro: Israel não repetirá os erros dos Acordos de Oslo”, disse Netanyahu em vídeo publicado na época. “Após o grande sacrifício de nossos civis e soldados, não permitirei a entrada em Gaza daqueles que educam para o terrorismo, apoiam o terrorismo e financiam o terrorismo Gaza não será nem ‘Hamastão’ nem o ‘Fatahstão’”, concluiu em referência ao Fatah, grupo político que controla a Autoridade Palestina desde os acordos de Oslo, em 1993. Rival do Hamas, foi expulso de Gaza em 2007, mas ainda administra partes da Cisjordânia ocupada por Israel.

Logo em seguida, Biden criticou a coalizão de Netanyahu alertou que o governo israelense estava começando a “perder apoio”.

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Israel prometeu “aniquilar” o Hamas em resposta ao ataque do grupo terrorista, que matou 1.200 pessoas e levou mais 240 como reféns. Cerca de 100 foram libertados. Dos 132 reféns restantes, 27 teriam morrido. Em Gaza, o número de mortos passa de 24 mil, segundo o ministério da Saúde local, que é controlado pelo Hamas./EFE

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