Boeing precisa mudar a cultura para colocar a segurança acima dos lucros, diz agência dos EUA

Mike Whitaker, chefe da Administração Federal de Aviação, postou avaliação da empresa, que teve diversos acidentes nos últimos anos

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Por Redação
Atualização:

Um ano após a explosão de um painel de um Boeing 737 Max durante o voo, o principal órgão regulador da aviação dos EUA afirma que a empresa precisa de “uma mudança cultural fundamental” para colocar a segurança e a qualidade acima dos lucros. Mike Whitaker, chefe da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), disse em um post nesta sexta-feira, 3, que sua agência também tem mais trabalho a fazer em sua supervisão da Boeing.

Whitaker, que planeja renunciar ao cargo em duas semanas para permitir que o presidente eleito Donald Trump escolha seu próprio administrador da FAA, relembrou sua decisão de janeiro passado de suspender todos os jatos 737 Max com painéis semelhantes, chamados de plugues de porta. Posteriormente, a FAA colocou mais inspetores nas fábricas da Boeing, limitou a produção de novos 737s e exigiu que a Boeing apresentasse um plano para corrigir os problemas de fabricação.

Foto divulgada pelo National Transportation Safety Board mostra o plugue da porta que caiu do voo 1282 da Alaska Airlines em 8 de janeiro de 2024  Foto: National Transportation Safety Board via AP

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“A Boeing está trabalhando para progredir na execução de seu plano abrangente nas áreas de segurança, melhoria da qualidade e engajamento e treinamento eficaz dos funcionários”, disse Whitaker. “Mas esse não é um projeto de um ano. O que é necessário é uma mudança cultural fundamental na Boeing que seja orientada para a segurança e a qualidade acima dos lucros. Isso exigirá esforço e compromisso contínuos da Boeing, e um escrutínio inabalável de nossa parte.”

Na sexta-feira, a Boeing publicou uma atualização sobre as medidas tomadas para melhorar a segurança e a qualidade, incluindo a abordagem das preocupações levantadas pelos funcionários e o reforço da proteção de sua confidencialidade.

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A Boeing, que não pôde construir novos 737s durante uma greve de sete semanas dos mecânicos no ano passado, disse que reforçou o treinamento de mecânicos e inspetores de qualidade.

A empresa disse que atualizou um sistema para exibir os nomes dos funcionários que realizam trabalhos de estamparia de metais.

A Boeing também afirmou que “reduziu significativamente os defeitos” nas fuselagens do 737 fabricadas pela Spirit AeroSystems, mas não quis fornecer números. A Spirit é um fornecedor importante que a Boeing está em processo de compra por US$ 4,7 bilhões.

O National Transportation Safety Board (Conselho Nacional de Segurança nos Transportes) continua investigando a explosão do tampão da porta em um jato Max da Alaska Airlines.

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Apesar de um buraco aberto na lateral, os pilotos pousaram o avião em segurança em Portland, nos EUA, e não houve registro de ferimentos graves.

Um mês após o acidente, os investigadores disseram em um relatório preliminar que os parafusos usados para ajudar a fixar o painel não foram substituídos após o trabalho em uma fábrica da Boeing.

Whitaker disse que a FAA analisará todas as recomendações que o conselho de segurança fizer para melhorar o trabalho de supervisão. No verão passado, ele admitiu que o controle da FAA sobre a Boeing não era o suficiente./AP

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