Bombardeio atribuído a Israel mata 38 na Síria, incluindo membros do Hezbollah, diz ONG

De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Israel queria destruir depósitos de mísseis do Hezbollah; Exército israelense não assumiu a autoria dos ataques

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Por Redação

BEIRUTE - Ao menos 38 soldados sírios e combatentes do grupo radical xiita Hezbollah morreram em um suposto ataque israelense na madrugada desta sexta-feira, 29, na região de Alepo, no norte do país, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

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Procurado pela AFP, o Exército israelense afirmou, como é habitual nestes casos, que não comenta informações divulgadas por meios de comunicação estrangeiros.

A organização, que tem sede no Reino Unido e conta com uma ampla rede de fontes na Síria, afirmou que o ataque tinha como alvos “depósitos de mísseis do Hezbollah”, aliado do regime sírio, do grupo terrorista Hamas e do Irã, principal inimigo regional de Israel.

Sírios checam um prédio danificado na capital Damasco após um bombardeio aéreo israelense  Foto: Louai Beshara/AFP

Este é o maior balanço de mortos no Exército sírio por um ataque israelense desde o início da guerra entre Israel e o Hamas no dia 7 de outubro, quando terroristas invadiram o território israelense, mataram 1.200 pessoas e sequestraram 240. Após o ataque, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma ofensiva na Faixa de Gaza que deixou mais de 30 mil mortos, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.

Libaneses procuram por sobreviventes após um bombardeio aéreo atingir um centro logístico em Hebbariye, no sul do Líbano  Foto: Mohammed Zaatari/AP

Desde o início do conflito, o Hezbollah, em solidariedade com o Hamas, ataca quase diariamente alvos no norte de Israel. Tel-Aviv responde aos ataques com operações contra alvos em território libanês, cada vez mais profundos: as mais recentes atingiram áreas a mais de 100 quilômetros da fronteira.

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Além disso, o Exército israelense intensificou os ataques contra grupos pró-Irã na Síria. Há algumas semanas, Israel anunciou que já havia atacado “quase 4.500 alvos do Hezbollah” no Líbano e na Síria desde o início da guerra com o Hamas em Gaza.

Israel não admite ataque

Uma fonte militar síria, citada pela agência oficial de notícias Sana, relatou “vários mortos e feridos, entre civis e soldados”, em um ataque israelense contra posições do Exército nas imediações de Aleppo.

“O inimigo israelense executou um ataque aéreo contra diversas posições em Athriya, no sudeste de Aleppo”, disse a fonte.

Na madrugada de sexta-feira também ocorreram ações direcionadas contra fábricas que dependem do Ministério da Defesa sírio em Safira, perto de Aleppo, mas que agora estão sob o controle de grupos pró-Irã, segundo o OSDH.


Militares israelenses cruzam a fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza Israel no dia 27 de março  Foto: Abir Sultan/EFE

O Hezbollah tem integrantes na Síria que apoiam o presidente Bashar al Assad na guerra civil deste país e continuam operando para proteger suas linhas de abastecimento com o Irã. Na quinta-feira, um ataque atingiu um imóvel residencial nas imediações de Damasco e deixou pelo menos dois mortos, informou a agência oficial Sana, que atribuiu a ação a Israel.

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Em 19 de março, bombardeios israelenses atingiram depósitos de armas de Hezbollah nos arredores da capital síria./AFP

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