Ataque israelense atinge acampamento para deslocados em Gaza e mata duas crianças

Exército de Israel afirma não ter conhecimento sobre os bombardeios que deixaram ao todo seis mortos, de acordo com os registros de hospitais no enclave palestino

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Por Redação

GAZA - Ataques de Israel na Faixa de Gaza mataram pelo menos seis pessoas, incluindo duas crianças pequenas. Elas estavam abrigadas com a família em um acampamento para deslocados pelo conflito, segundo autoridades médicas do enclave palestino. O Exército israelense, por outro lado, disse não ter conhecimento sobre os bombardeios.

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O ataque na área de Muwasi — vasto acampamento que abriga centenas de milhares de deslocados — feriu a mãe e um dos irmãos, além de matar as duas crianças pequenas, informou o Hospital Nasser, nas proximidades. Um repórter da Associated Press no local viu os corpos.

Outro ataque na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, matou quatro homens, de acordo com registros hospitalares.

Ataque israelense destrói prédios na região central da Faixa de Gaza.  Foto: Eyad Baba/AFP

O exército israelense disse não ter conhecimento sobre os ataques. O país afirma que a ofensiva tem como alvo os terroristas do Hamas e que adota medidas para evitar danos aos civis. Ainda assim, os bombardeios matam mulheres e crianças com frequência.

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Ex-ministro da Defesa acusa Israel de crimes de guerra

O ex-general e ministro da Defesa de Israel Moshe Yaalon acusou o governo de promover uma limpeza étnica no norte de Gaza. Em ofensiva que se arrasta há semanas, o Exército isolou as cidades de Beit Hanoun e Beit Lahiya, além do campo de refugiados de Jabaliya, que estão praticamente sem acesso à ajuda humanitária. A ONU estima que 75 mil pessoas permanecem na região.

Yaalon serviu como ministro da Defesa de Binyamin Netanyahu até renunciar em 2016 e despontou como crítico feroz do primeiro-ministro. Ele afirmou que o seu governo de extrema-direita está determinado a “ocupar, anexar, e realizar uma limpeza étnica” em entrevista à imprensa local no sábado. “(Eles estão), na verdade, limpando o território de árabes.” E insistiu neste domingo: “Crimes de guerra estão sendo cometidos.”

O Likud, partido de Netanyahu, criticou declarações anteriores de Yaalon, que acusou de promover “afirmações falsas” que são “um prêmio para o Tribunal Penal Internacional e o campo dos inimigos de Israel.”

O TPI emitiu mandados de prisão contra Netanyahu, o ex-ministro da defesa Yoav Gallant, além do ex-comandante do Hamas Mohammed Deif, o mentor do ataque terrorista de 7 de outubro, que o Exército israelense afirma ter matado. Eles foram acusados de crimes contra a humanidade. Em paralelo, a Corte Internacional de Justiça investiga denúncia de genocídio contra Israel. O país rejeita as acusações.

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A guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas, matou 44 mil palestinos, sendo mais da metade mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz a distinção entre civis e combatentes. Israel, do outro lado, afirma ter matado 17 mil terroristas, sem apresentar evidências./Com AP

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