PUBLICIDADE

Bombardeio israelense deixa 15 mortos na capital da Síria, diz ONG

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o ataque destruiu um prédio no bairro de Kafr Sousa onde estão sediados alguns ministérios, agências de segurança e órgãos de inteligência

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

DAMASCO - Um bombardeio israelense na Síria deixou pelo menos 15 mortos na madrugada deste domingo, 19, no horário local e danificou quase completamente um prédio em um bairro de Damasco, capital do país, onde estão localizadas agências de segurança e inteligência, informou uma ONG.

PUBLICIDADE

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) indicou que o bombardeio deixou 15 mortos, entre civis, incluindo duas mulheres. “O bombardeio de domingo é o ataque israelense mais mortífero contra a capital síria”, disse Rami Abdel Rahman, diretor da OSDH, uma organização sediada no Reino Unido que usa uma rede de fontes dentro da Síria.

De acordo com o OSDH, “mísseis israelenses tinham como alvo locais [usados por] milícias iranianas e o Hezbollah libanês”.

Membros das forças de segurança sírias inspecionam um prédio danificado em um ataque de míssil israelense relatado em Damasco em 19 de fevereiro de 2023 Foto: Louai Beshara/AFP

O ataque atingiu um prédio de dez andares próximo ao Centro Cultural Iraniano, no bairro de Kafr Sousa, onde estão sediados alguns ministérios, agências de segurança e órgãos de inteligência.

Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel lançou centenas de bombardeios contra o país vizinho, visando principalmente postos do exército, milícias iranianas e o Hezbollah, aliados do governo sírio.

O Ministério da Defesa sírio informou que o bombardeio ocorreu às 00h22 (19h22 no horário de Brasília). “O inimigo israelense realizou um ataque aéreo das Colinas de Golã ocupadas contra várias áreas dentro e ao redor de Damasco, incluindo bairros residenciais”, afirmou em um comunicado.

Segundo um correspondente da AFP, na entrada do prédio atacado havia uma cratera e as ruas estavam repletas de escombros e restos de vidro das janelas explodidas.

Publicidade

O OSDH informou que outro ataque com míssil atingiu um depósito de milícias iranianas e combatentes do Hezbollah nos arredores de Damasco.

Os prédios históricos perto da cidadela medieval de Damasco também foram “severamente danificados”, disse o chefe do departamento de antiguidades da Síria, Nazir Awad.

A AFP contatou um porta-voz do exército israelense, mas ele se recusou a falar com “a mídia estrangeira”.

Israel não costuma comentar sobre suas operações contra a Síria, mas frequentemente reitera que não permitirá que o Irã estenda sua influência até as fronteiras de Israel.

“Não permitiremos que o Irã obtenha armas nucleares e não permitiremos que ele expanda [sua influência] em nossa fronteira norte”, disse o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, durante uma reunião de gabinete.

Pessoas inspecionam os danos na Cidadela de Damasco Foto: Firas Makdesi/Reuters

Fortes explosões

O governo sírio de Bashar al-Assad recebe apoio militar da Rússia, Irã e grupos armados xiitas como o Hezbollah, inimigo jurado de Israel.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou o ataque e instou Israel a “acabar com as provocações armadas” contra Damasco.

Publicidade

Os moradores de Damasco acordaram no meio da noite com o barulho de fortes explosões e as sirenes das ambulâncias que se dirigiam ao local, informou um correspondente da AFP.

Um porta-voz da diplomacia iraniana, Naser Kanani, “condenou veementemente o ataque do governo sionista a alvos em Damasco e sua periferia, incluindo alguns prédios residenciais”.

O ataque também foi condenado pelo movimento islâmico palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, e pelo movimento Jihad Islâmica.

O bombardeio ocorreu semanas depois que um ataque de míssil israelense atingiu o Aeroporto Internacional de Damasco em 2 de janeiro, matando quatro pessoas, incluindo dois soldados.

O conflito na Síria começou em 2011 com uma repressão brutal a protestos pacíficos e se transformou em uma guerra civil que também envolveu potências estrangeiras e grupos jihadistas. Desde o início da guerra, quase meio milhão de pessoas morreram e o conflito forçou quase metade da população do país a fugir de suas casas./AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.