Brasília – O presidente Michel Temer disse, em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã desta sexta-feira, que “estamos em um embate diplomático com a Venezuela” e que a ações de seu governo são "diplomáticas" e "contestadoras" em relação ao que acontece no país vizinho. Temer disse que seu governo “discorda da forma como as coisas caminham lá (na Venezuela), que criam o fluxo de refugiados”.
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Depois de citar que os ministros da Justiça, da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estiveram ontem Roraima para verificar, de perto, a situação dos venezuelanos no estado, Temer disse que seu governo está buscando ajudar os refugiados e já editou decreto concedendo identidade provisória para estas pessoas, como forma de identificá-las.

“Há uma preocupação permanente com os refugiados venezuelanos no Brasil”, afirmou o presidente, sem citar ações que o governo federal vai desenvolver para ajudá-los, embora tenha informado que já foram repassados recursos para ajudar Roraima.
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Ontem, na visita ao estado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse ao Estado que a partir de meados de março o governo federal pretende começar a distribuir a primeira leva de mil venezuelanos que chegaram a Roraima em pelo menos quatro estados: São Paulo, Paraná, Amazonas e Mato Grosso do Sul.
A informação foi dada ao Estado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que esteve nesta quinta-feira em Boa Vista, ao lado dos ministros da Justiça, Torquato Jardim, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, para avaliar a “dramática” situação do estado, com a chegada dos venezuelanos, que reconhece que precisam de apoio já que, muitos, estão acampados nas ruas da capital roraimense, causando um grande transtorno para todos.
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Um censo também será realizado para que se tenha ideia do numero exato de venezuelanos que entraram e estão entrando no país já que os números são conflitantes, mas giram entre 30 mil e 40 mil. Por dia, passam pela fronteira do Brasil cerca de 700 venezuelanos em busca de melhores condições de vida, depois que o país governado por Nicolás Maduro se aprofundou em grave crise econômica, política e social.
Segundo o ministro Jungmann, um plano de ação de governo será colocado em prática já nos próximos meses. Este plano prevê o fortalecimento do ordenamento da fronteira, com ampliação do número de militares nos pelotões de Roraima, reforço de pessoal em todas as agências governamentais.