BRASÍLIA - O governo brasileiro cobrou informações do governo israelense, por meio de canais diplomáticos, após a morte de um brasileiro de origem palestina que estava preso no país.
A embaixada do Brasil em Israel pediu informações sobre a morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, ao governo israelense, mas o Itamaraty ainda não recebeu mais detalhes, segundo fontes da chancelaria.
A prisão do menor, ocorrida em setembro do ano passado por suspeita de agredir um militar israelense, era de conhecimento de autoridades diplomáticas e consulares brasileiras na Cisjordânia. O caso vinha sendo monitorado. Ele estava detido na prisão de Megiddo.
Agora, o Escritório de Representação do Brasil em Ramallah presta apoio à familía do jovem para obter informações e realizar procedimentos funerários.
A Federação Árabe Palestina do Brasil divulgou informações sobre a morte dele no domingo, dia 23, nas redes sociais. A entidade acusa o governo de Israel de permitir a realização de tortura na prisão, o que o governo nega.
Segundo a ONG Defesa das Crianças Internacional - Palestina, o caso dele foi relatado à Comissão de Assuntos de Presos e Ex-Presos, e o Gabinete de Ligação Palestino informou à família de Walid sobre a morte e que ele sofria de doenças como sarna e disenteria amebiana.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Brasil e Israel vivem um momento de quase rompimento das relações diplomáticas. O Brasil rebaixou a sua representação em Tel-Aviv ao não indicar um substituto para o embaixador Frederico Meyer, retirado no ano passado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser rotulado como persona non grata.
Ao mesmo tempo, Israel ainda não conseguiu aval do Brasil para substituir seu embaixador em Brasília.
