LONDRES - Jonty Bravery, o britânico que empurrou um menino de 6 anos do 10º andar do museu Tate Modern, em Londres, foi condenado à prisão perpétua, com pelo menos 15 anos de prisão obrigatória, de acordo com o veredito divulgado nesta sexta-feira, 26.
Após vários dias de julgamento, a juíza Maura McGowan, do tribunal de Old Bailey, declarou Bravery culpado por tentativa de assassinato.
No Reino Unido, nas sentenças de prisão perpétua, o juiz especifica um tempo mínimo que o condenado deve passar na prisão antes de poder solicitar a liberdade condicional, embora o tribunal tenha anunciado que isso talvez nunca ocorra no caso de Bravery.
"Passará a maior parte, ou a totalidade, da sua vida enclausurado. É possível que nunca seja liberto", declarou McGowan durante a leitura da sentença.
Durante o julgamento foi explicado como Bravery investigou qual era o edifício mais alto de Londres e, em 4 de agosto de 2019, foi ao arranha-céu The Shard, localizado no distrito financeiro da capital, mas quando percebeu que não tinha dinheiro suficiente para a entrada, foi à Tate Modern, cujo acesso é gratuito.
No 10º piso da galeria, Bravery encontrou a vítima, um menino francês que passava férias com a família. Após ser empurrada, a criança foi resgatada no quinto andar pelos serviços de emergência e sobreviveu, mas sofreu graves lesões que a deixaram em cadeira de rodas e com dificuldades para respirar e falar.
A juíza McGowan destacou na sentença "o medo" do menino e "o horror" que os pais tiveram de suportar devido ao ataque "inimaginável".
Testemunhas declararam que Bravery sorriu depois da agressão. A defesa do condenado argumentou que ele foi diagnosticado com autismo aos 5 anos, o que desenvolveu um transtorno mental que o levou a cometer o crime.
Bravery, que tinha 17 anos quando cometeu o crime, disse após ser preso que "queria aparecer nas notícias para que todos, principalmente os pais, pudessem ver o erro que tinham cometido" por ele não ter sido internado. /EFE