Durante a coroação do rei Charles III do Reino Unido, marcada para o próximo sábado, 6, o público britânico e no exterior será convidado a jurar lealdade ao novo rei.
O novo rito irá substituir a homenagem aos pares, que foi feita em diversas cerimonias de coroação ao longo do século. Em coroações anteriores, esperava-se que os duques prestassem homenagem ao monarca e jurassem lealdade ao soberano.
Em vez de uma homenagem de pares, terá lugar um novo elemento do serviço da Coroação – uma Homenagem do Povo.
O jornal britânico The Guardian fez um levantamento com diversos britânicos, que expressaram as suas opiniões sobre o juramento proposto pelo novo monarca do Reino Unido.
Contra a monarquia
Segundo relatos que foram enviados ao The Guardian, o juramento ao novo rei mostra uma desconexão com a sociedade atual, assim como os altos custos da coroação, enquanto a população do Reino Unido sofre com o alto preço de vida.
“Acho que, do ponto de vista da minha geração, não poderíamos nos importar menos em jurar fidelidade a um monarca. Não nos importamos com eles, são um símbolo opressivo de uma época passada e, na minha opinião, deveriam ser abolidos”, afirmou o músico Jake Pockinton, ao jornal britânico.
A professora aposentada Barbara Hinds afirmou ao The Guardian que poderia rir do juramento se estiver de bom humor no dia da coroação e que nunca ouviu falar de uma ideia tão ridícula.
Coroação do rei Charles III
“Tudo está tão errado nisso. Eu não posso acreditar que ele espera que as pessoas façam isso. Acho que ele deu um tiro no próprio pé”, completou Hinds.
Funcionário público enxerga pontos positivos na monarquia
Em entrevista ao The Guardian, Andrew, um funcionário público de 30 anos, acredita que a monarquia britânica tem pontos positivos e ele pode se juntar ao juramento, se estiver de bom humor.
“Acho que a monarquia fornece uma desculpa para eventos nacionais espetaculares como o jubileu, casamentos reais, coroações e funerais de Estado. Há tanta história entrelaçada nas cerimônias - além disso, temos feriados extras e festas de rua”, acrescentou o funcionário público.
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