O presidente americano, George W. Bush, reiterou hoje seu apoio à criação de um Estado palestino, um dia depois de o Partido Likud, ao qual pertence o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ter aprovado uma moção declarando que jamais aceitará tal entidade. O próprio Sharon se opôs à resolução. "O presidente continua acreditando que o melhor caminho para a paz é por meio da criação do Estado da Palestina", afirmou o porta-voz de Bush, Ari Fleischer, destacando ainda a importância de que isso ocorra num contexto de segurança para ambos os lados. A moção do Likud - que Sharon não é obrigado a adotar - foi criticada pelos chanceleres da União Européia. O chefe da Política Exterior do bloco, Javier Solana, afirmou que ela só complicará os esforços para a retomada do processo de paz. Durante sua visita a Belém, o presidente da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat, definiu a votação do Likud como "destruição dos acordos de Oslo" - o acordo de paz interino que assinou com Israel, em 1993. No dia anterior, ele declarou à rede americana de TV a cabo CNN estar preparado "para aceitar um Estado judeu ao lado de um palestino". Em Israel, o chanceler Shimon Peres, cujo partido, o Trabalhista, é o principal aliado na coalizão de governo, disse que a resolução é trágica para o Estado de Israel. O ministro da Defesa, Binyamin Ben Eliezer, também trabalhista, alertou para a possibilidade de reinício da escalada de atentados contra os israelenses. Dois palestinos foram mortos hoje por soldados israelenses quando atacavam postos militares de Israel na Cisjordânia. Segundo o Exército, um homem não identificado abriu fogo contra controle de estrada entre o sul de Jerusalém e Belém, ferindo levemente um soldado. Um robô aproximou-se depois do corpo para verificar se ele levava explosivos não detonados. Em Nablus, um palestino que lançou uma granada contra uma base de Israel foi morto pelos militares. As Brigadas dos Mártires de Al-aqsa assumiram a autoria do ataque e identificaram o homem como Amkhad al-Kuttub,de 26 anos. O grupo assinalou ter mais militantes prontos para atacar.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.