Cadela pitbull é adotada após 11 anos em abrigo nos EUA: ‘Ninguém havia a notado até agora’

Vanessa, uma pit bull idosa, foi deixada no abrigo em 2012 quando era filhote

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Por Cathy Free

Ellie Mitchell estava rolando a timeline do Facebook quando ela se deparou com a foto de uma cadela preta de aparência doce com orelhas de abano e manchas cinzas em seu rosto. “Esquecida por 11 anos”, ela leu na legenda do post que acompanhava a foto. “Vanessa é uma dos que escapou pelas rachaduras”, a postagem do Centro de Resgate Villalobos, em Nova Orleans (EUA), dizia.

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A mulher, de 45 anos, descobriu que Vanessa, uma pitbull idosa, foi deixada no abrigo em agosto de 2012, quando era filhote. Seus tutores estavam de mudança e não a quiseram mais. Por mais de uma década, ela passou a maior parte da sua vida no canil do Villalobos, um centro de resgate de pitbull que abriga de 400 a 500 cães, com cerca de 50 sendo adotados a cada mês. Vanessa foi recusada todas as vezes.

Ellie disse que ela parou no dia 14 de julho quando viu os grandes olhos castanhos de Vanessa e a sua história. “Eu vi seu rostinho doce, e meu coração se compadeceu”, disse a paramédica que vive em Greenwood, a cerca de 13 quilômetros da fronteira de Maryland. “Fiquei triste ao pensar que ela viveu toda a sua vida sem uma família.”

Ela disse que tinha a sensação de que a cadelinha idosa se encaixaria perfeitamente em sua casa com seus outros três cães adotados, Emma, Keagan e Maggie. A paramédica, então, enviou seu pedido para adotar Vanessa imediatamente. “Eu já havia adotado dois cachorros do Villalobos no passado, e eu soube quando vi Vanessa que eu tinha que pegá-la”, diz. “Eu queria que ela conhecesse o amor de uma casa”.

Tia Torres, fundadora do abrigo, mal podia acreditar quando ela recebeu a aplicação de adoção cerca de meia hora depois que ela fez o post sobre a história de Vanessa no Facebook. Ela ficou mais uma vez chocada quando dezenas de outras ofertas de adoção começaram a aparecer, disse ela.

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“Ela (Vanessa) é uma cadela realmente doce, sem problemas de comportamento, mas não por culpa dela, ela foi simplesmente esquecida”, disse Torres. “Ninguém havia a notado até agora”. Tia lembra o dia em que Vanessa foi deixada no abrigo. Era um dia sufocante de verão em 2012, e um casal levou o filhote até o abrigo em um caminhão fechado de mudança.

“Eles estacionaram, abriram a porta traseira do caminhão e deixaram ela aqui como se fosse um móvel velho”, conta. “Ela parecia ter cerca de 12 semanas de idade e estava esquelética. Se ela tivesse ficado naquele caminhão quente por muito mais tempo, teria morrido”. Vanessa foi vacinada e tratada contra a desidratação, depois castrada e colocada para a adoção no site da Villalobos.

É um equívoco pensar que filhotes são sempre adotados rapidamente, ela conta, explicando que Vanessa sofreu vários ataques quando foi ao abrigo. “Primeiramente, ela é uma cadela preto, e cães pretos geralmente são esquecidos”, disse tia. “Ela também é um pitbull, e embora a ideia que as pessoas tenham dessa raça esteja mudando, eles ainda têm índices mais baixos de adoção.”

Além disso, Vanessa morava em um abrigo onde centenas de cães estão para adoção, e os abrigos do Sul dos EUA estão cheios de pets que foram descartados depois da pandemia, conta a protetora de animais. “Nós temos muitos cachorros, então ela era uma entre tantas”, disse. “Tivemos outros cachorros que cresceram conosco desde filhotes. Tudo o que podíamos fazer era continuar tentando e não perder a esperança de que eventualmente encontraríamos um lar para ela.”

Vanessa, uma pit bull idosa, foi deixada no abrigo em 2012 quando era filhote e levou 11 anos para ser adotada. Foto: Divulgação/ Centro de Resgate Villalobos

Quando Vanessa cresceu para 15kg, os funcionários do abrigo tiraram novas fotos dela e postaram no site do abrigo, destacando que ela foi treinada em caixa, bem-educada e era amigável com outros cães. Com o passar do tempo e o pelo de Vanessa ficando manchado de cinza, os funcionários do centro de resgate continuaram a postar sobre ela, dizendo que cães idosos podem ser ótimos animais de estimação. Ainda assim, não houve interessados.

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Tia tem 75 funcionários e, segundo ela, alguns deles costumam levar cães temporariamente para suas casas. Cerca de seis meses atrás, ela decidiu tirar Vanessa do abrigo e mandá-la para casa com um funcionário, na esperança de dar mais conforto ao cão idoso enquanto ainda tentava colocá-la para adoção. “Como ela estava envelhecendo, queríamos que ela estivesse em um ambiente doméstico em vez de um canil”, disse a fundadora do abrigo. “Ela estava muito bem, mas isso não era uma solução permanente.”

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Cães idosos costumam ser os últimos a serem adotados, disse Tia, então no mês passado ela decidiu postar novamente sobre Vanessa no Facebook. “Não sabemos como Vanessa foi esquecida todos esses anos, mas agora é a hora dela brilhar!” Torres escreveu. “Por favor, seja aquele que traz Vanessa para a vida deles antes que ela tenha que passar mais um ano aqui.”

Depois de 11 anos, as pessoas finalmente começaram a notar Vanessa. Como Ellie foi uma das primeiras a contatar o abrigo e ela já havia adotado outros animais do Villalobos antes, “nós sabíamos que ela seria uma boa pessoa para levá-la”, disse Tia. Ela passou a Ellie as boas notícias, e disse que iria mandar um funcionário do abrigo dirigir cerca de 18 horas até a nova casa de Mitchell em Delaware em algumas semanas.

Ellie, que vive sozinha, disse que ela sempre teve “uma queda” por pitbulls. Ela conta que conheceu Villalobos por uma amiga nove anos atrás. Ela imaginou que Vanessa iria gostar de ficar em seu espaçoso quintal na zona rural de Delaware, conta.

“Meus cães são minha família e, depois de um turno estressante, adoro voltar para casa e vê-los correr e cavar buracos enquanto relaxo no pátio”, disse. “Estou ansiosa para acrescentar Vanessa ao grupo e mimá-la completamente.”

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Se Vanessa decidir que prefere ser um cachorrinho de colo ou ficar no sofá, tudo bem para Mitchell. “Eu só quero fazer de seus últimos anos os melhores anos que ela já conheceu”, disse ela. “Vanessa definitivamente mereceu.”/Washington Post.

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