UREÑA, VENEZUELA - Dois caminhões cheios de ajuda humanitária foram incendiados neste sábado, 23, em uma ponte na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, quando os militares venezuelanos bloquearam a passagem de uma caravana de quatro caminhões e jogaram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes.
O líder da oposição Juan Guaidó, que está na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Ureña venezuelana, culpou no Twitter o governo de Nicolás Maduro, a quem acusou de comandar um "regime usurpador".
No meio dos distúrbios na ponte de Francisco de Paula Santander, em Ureña, na fronteira com Cúcuta, a deputada da oposição Gaby Arellano disse que "eles (militares) queimaram dois dos quatro caminhões".
"As pessoas estão salvando a carga do caminhão e cuidando da ajuda humanitária que (o presidente Nicolás) Maduro, o ditador, ordenou que queimassem", disse Gaby aos repórteres. O Departamento de Migração da Colômbia confirmou a queima dos dois caminhões.
Imagens de vídeo que circulam nas redes sociais mostram dezenas de pessoas pegando sacolas e caixas de remédios dos caminhões, no meio de uma grande nuvem de fumaça.
"Nossos corajosos voluntários estão realizando uma corrente para proteger alimentos e remédios, e a avalanche humanitária é impossível de ser detida", disse Guaidó.
Os caminhões estavam em uma caravana de quatro veículos que tentaram entrar em Ureña procedentes de Cúcuta, depois que os manifestantes romperam uma barreira de obstáculos erguida pela Guarda Nacional Venezuelana.
Já na ponte Simón Bolívar, que liga a cidade de San Antonio, em Táchira, a Cúcuta, e é a principal ponte fronteiriça entre Colômbia e Venezuela, a repressão de militares venezuelanos – que usaram gás lacrimogêneo para dispersar centenas de manifestantes que também exigiam a entrada de cargas – deixou aos menos 42 feridos.
O governo de Maduro ordenou na noite de sexta-feira o fechamento das quatro pontes que ligam a Venezuela e a Colômbia. O presidente socialista também ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil e o tráfego marítimo e aéreo com Curaçau. /AFP
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