Candidata de esquerda ganha impulso nas eleições hondurenhas após se aliar a apresentador de TV

Xiomara Castro pode se tornar primeira mulher a comandar o país; aliança com ex-rival Salvador Nasrralla impulsionou pesquisas

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Por Redação
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TEGUCIGALPA - A esquerdista Xiomara Castro ampliou suas chances de vencer as eleições presidenciais de Honduras, que acontecerão neste domingo, 24, ao se unir com o ex-candidato rival Salvador Nasrralla, um apresentador de televisão, indicam pesquisas de intenção de voto. Se eleita, Castro se tornará a primeira mulher a comandar o país e derrubará o atual governo conservador, marcado por corrupção e ligações com o tráfico de drogas.

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A aliança foi forjada no mês passado. Nasralla tem alta popularidade: em 2017, ele ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais. De acordo com a pesquisa de opinião mais recente do CESPAD, instituto de estudos democráticos de Tegucigalpa, Castro tem 17 pontos de vantagem sobre Nasry Asfura, do governante Partido Nacional.

No entanto, nem todas as pesquisas lhe dão uma liderança tão destacada; um levantamento de uma estação de TV local publicado no mesmo dia da pesquisa da CESPAD mostrou uma corrida empatada.

A competição promete ser a última sacudida na volátil política da América Central, onde os padrões democráticos foram corroídos nos últimos anos em Honduras e nos vizinhos El Salvador, Guatemala e Nicarágua. Em toda a região, o aumento da migração tem sido associado à corrupção turboalimentada por gangues transnacionais do tráfico.

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Xiomara Castro pode se tornar primeira mulher a comandar o país; aliança com ex-rival Salvador Nasrralla impulsionou pesquisas Foto: REUTERS

Entre as promessas de Castro, estão a construção de uma agência anticorrupção com ajuda da ONU. “Vamos construir uma Honduras justa e competitiva que combata a corrupção e o tráfico de drogas”, disse ela na semana passada.

O país centro-americano é um dos mais pobres do Hemisfério Ocidental e tem um histórico de tensão política. O marido de Castro, o ex-presidente Manuel Zelaya, foi deposto em um golpe de estado de 2009 após se aliar ao falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, um socialista. Seus sucessores, o ex-presidente Porfirio Lobo e o presidente Juan Orlando Hernandez, ambos do Partido Nacional, foram ambos apanhados por acusações de ligações com traficantes de drogas. Zelaya também foi acusado de aceitar suborno de traficantes. Todos eles negaram qualquer irregularidade.

Uma presença robusta de observadores eleitorais é esperada na eleição de domingo, que também incluirá votações locais e para cargos do Congresso.

Uma disputa acirrada aumentaria o risco de irregularidades, temem os observadores. O Partido Nacional tem um histórico de uso de recursos do Estado para mobilizar eleitores. /REUTERS

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