Em um comício barulhento na Filadélfia, Pensilvânia, nesta terça-feira, 6, a candidata democrata e vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, apresentou o governador de Minnesota, Tim Walz, como seu companheiro de chapa para disputar a eleição presidencial. Para um auditório repleto de democratas entusiasmados, que acolheram a indicação, Harris exaltou a trajetória de Walz — um nome desconhecido por muitos americanos —, enquanto o candidato a vice estreou seus primeiros ataques contra Donald Trump.
“Ele é o tipo de pessoa que faz as pessoas se sentirem incluídas e, em seguida, as inspira a sonhar grande... Esse é o tipo de vice-presidente que a América merece,” disse Harris ao lado de Walz na Filadélfia.
Leia também
Walz está longe de ser um nome familiar. Uma pesquisa da ABC News/Ipsos realizada antes de sua seleção, mas após o início da avaliação, mostrou que quase 9 em 10 adultos nos EUA não sabiam o suficiente para ter uma opinião sobre ele. Harris dedicou grande parte de seu discurso a contar ao público sobre a vida e o trabalho de Walz, que incluiu períodos como professor de estudos sociais e treinador de futebol. “Para aqueles que o conhecem bem, Tim é mais do que um governador,” disse.
Em um tom bem humorado, Walz assumiu o microfone afirmando: “Temos 91 dias. Meu Deus, isso é fácil. Vamos dormir quando estivermos mortos,” em referência aos dias de campanha que antecedem as eleições de novembro.
A escolha pelo candidato à vice-presidência foi a maior decisão de Harris até agora como candidata democrata. Ela tinha um leque de quase uma dúzia de candidatos antes de se concentrar em alguns nomes mais fortes, e a decisão por Walz parece ter mirado em alguém que desvia a retórica sombria dos republicanos com um toque mais leve, uma estratégia que a campanha democrata vem utilizando cada vez mais desde que Harris assumiu a posição de liderança. Desde que Walz foi anunciado, a equipe arrecadou mais de 20 milhões de dólares de doações de base, disse a campanha.
Biden descreveu a chapa Harris e Walz como “uma voz poderosa para os trabalhadores e a grande classe média americana.”
‘Apenas esquisitos’
Walz cunhou um dos trechos de campanha mais comentados dos democratas até agora, chamando Trump e seu companheiro de chapa, o senador de Ohio J.D. Vance, de “apenas esquisitos,” um rótulo que a Associação de Governadores Democratas — da qual Walz é presidente — amplificou em uma postagem no X e que os democratas mais amplamente têm ecoado.
“Apenas uma observação minha, eu simplesmente tenho que dizer isso. Esses caras são assustadores e, sim, apenas esquisitos como o inferno”, disse.
Em seu discurso, o recém-anunciado companheiro de chapa de Harris também acusou Trump de ser egoísta demais para servir aos americano.
“Donald Trump vê o mundo de outra maneira. Ele não sabe nada sobre o que é servir, porque está muito ocupado servindo a si mesmo”, disse Walz.
A campanha de Trump na terça-feira imediatamente tentou rotular Walz como um liberal de extrema-esquerda. “Não é surpresa que a liberal de São Francisco Kamala Harris queira o aspirante da Costa Oeste Tim Walz como seu companheiro de chapa — Walz passou seu mandato como governador tentando remodelar Minnesota à imagem do Estado Dourado,” disse Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha de Trump.
Trump, que frequentemente se pronuncia sobre as notícias em sua rede social, postou simplesmente, “OBRIGADO!” depois que a notícia da seleção de Walz foi divulgada. Ele seguiu com outra postagem algumas horas depois, proclamando “Esta é a dupla mais radical de esquerda da história americana” e sugeriu que Biden “sente que cometeu um erro historicamente trágico” e tentaria voltar à corrida novamente.
A dupla Harris-Walz será oficialmente indicada durante a convenção democrata em Chicago, que começa no dia 19 de agosto./AP e AFP.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
