Capital da Ucrânia é atacada com drones e mísseis após novas promessas de armas europeias

Governo ucraniano afirma ter derrubado seis novos mísseis hipersônicos russos durante a madrugada

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Por Redação
Atualização:

A capital ucraniana, Kiev, foi atacada nesta terça-feira, 16, com drones e seis mísseis balísticos russos, uma ação que as forças de defesa descreveram como “excepcionalmente complexa”, um dia após o presidente Volodimir Zelenski ter anunciado novos fornecimentos de armas europeias.

A administração militar de Kiev afirmou que o ataque, o oitavo este mês na capital, envolveu drones, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos lançados “simultaneamente de diferentes direções”.

O bairro de Solomianski, em Kiev, onde se situa o aeroporto internacional, foi o mais afetado, com um incêndio num edifício não residencial.

Destroços de mísseis caíram em distritos de Kiev: Rússia lançou drones e mísseis hipersônicos sobre a capital ucraniana Foto: STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE -- HANDOUT / EFE

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De acordo com mensagens do presidente da Câmara, Vitali Klitschko, no Telegram, três pessoas ficaram feridas em Solomianski, enquanto os destroços dos mísseis caíram no bairro residencial de Obolonski.

O novo ataque a Kiev ocorreu depois de Zelenski ter anunciado o seu regresso de uma viagem à Europa, durante a qual obteve promessas de armas.

“Regresso casa com novas e poderosas armas para a frente”, declarou Zelenski num vídeo após a viagem de três dias que o levou ao Reino Unido, França, Alemanha e Itália.

Durante a viagem, Zelenski voltou a pedir caças, apesar de os países da Otan terem se recusado até agora a fornecer os aviões.

No entanto, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, confirmou que o Reino Unido irá ajudar a Ucrânia a formar pilotos como parte do seu apoio e o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que tinha “aberto a porta à formação de pilotos” da Ucrânia “a partir de agora”.

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Zelenski afirmou também que discutiu com Sunak a criação de uma “coligação de caças” e disse esperar chegar a um acordo em breve para obter essas aeronaves.

“Queremos criar uma coligação para os aviões e estou muito otimista em relação a isso, já falamos sobre o assunto e penso que vai acontecer muito em breve, vão ouvir falar de decisões que considero muito importantes”, disse às câmaras.

Mísseis antiaéreos e drones de ataque

O governo britânico anunciou que vai enviar “centenas” de mísseis de defesa antiaérea e drones de ataque de longo alcance para a Ucrânia nos próximos meses.

Na semana passada, o Reino Unido tornou-se o primeiro país ocidental a oferecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro de longo alcance, os Storm Shadow.

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Com um alcance de até 250 km, mais do que qualquer outro armamento fornecido a Kiev até à data pelos países ocidentais, estes mísseis podem atingir áreas do leste da Ucrânia controladas pelas forças russas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou na segunda-feira, 15, que as armas britânicas não teriam um grande impacto no conflito, mas “causariam ainda mais destruição”. Pouco tempo depois, a Rússia afirmou ter destruído um Storm Shadow nas últimas 24 horas.

A Rússia afirmou ainda que um dos seus aviões de guerra interceptou, sobre o Mar Báltico, um avião militar francês e um alemão, dois países da NATO, que tentaram “violar” o seu espaço aéreo e obrigou-os a se afastarem.

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No domingo, 14, a França se comprometeu a entregar dezenas de tanques ligeiros e veículos blindados à Ucrânia. E o governo alemão anunciou um pacote de ajuda militar no valor de 2,7 bilhões de euros (cerca de US$ 2,9 bilhões) que inclui tanques, veículos blindados, drones de vigilância e quatro novos sistemas de defesa aérea Iris-T.

Mediação chinesa

Na frente diplomática, o emissário chinês Li Hui embarcará numa visita de dois dias a Kiev na terça-feira, disse à AFP um funcionário do governo ucraniano. O presidente chinês Xi Jinping visitou Moscou em março e foi criticado por se recusar a condenar a guerra de Putin.

Na frente militar, um ataque com mísseis russos matou quatro pessoas ao atingir um hospital na cidade de Avdiivka, no leste do país, anunciou o governador de Donetsk, Pavlo Kirilenko.

Duas outras pessoas foram mortas na região oriental de Kharkov, segundo as autoridades regionais.

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Os serviços de emergência ucranianos referiram igualmente bombardeamentos russos “maciços” em Kherson, e na região de Nikopol, outros bombardeamentos deixaram três feridos.

Anteriormente, a Ucrânia tinha reivindicado o “primeiro êxito” da sua ofensiva em torno da região de Bakhmut, maioritariamente controlada pela Rússia, no leste do país, onde há meses se registam combates ferozes.

Em Kiev, amigos e colegas de Arman Soldin, o jornalista da AFP que morreu na semana passada na Ucrânia, reuniram-se para lhe prestar homenagem.

Por outro lado, sete pessoas, incluindo um alto funcionário russo e um adolescente, ficaram feridos numa explosão na cidade ucraniana de Lugansk, controlada pela Rússia, segundo as autoridades locais./AFP

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