A Casa Branca anunciou nesta segunda-feira, 31, que está “considerando seriamente” decidir quais meios de comunicação terão acesso às coletivas de imprensa diárias, em uma nova tentativa do governo de Donald Trump de exercer controle sobre o setor.
Os 49 lugares na sala de imprensa, onde a porta-voz da Casa Branca, altos funcionários e, às vezes, o próprio presidente respondem às perguntas dos jornalistas, são há muito tempo concedidos pela Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA, na sigla em inglês).
“Em relação à mudança dos assentos na sala de imprensa, é algo que estamos considerando seriamente”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ao canal Fox News.

“Acreditamos que é absolutamente injusto que um grupo de jornalistas elitistas de Washington DC possa escolher quem cobre o presidente”, acrescentou, referindo-se à WHCA.
Leavitt também acusou a WHCA de tentar manter um “monopólio” sobre a sala de imprensa.
Mais cedo, o site Axios informou que a Casa Branca quer assumir o controle da sala de imprensa para beneficiar novos meios de comunicação.
Nas primeiras filas dos assentos costumam estar jornalistas de grandes redes de televisão como CNN, NBC e Fox News, de agências internacionais de notícias e de jornais como The New York Times, The Washington Post e The Wall Street Journal.
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A WHCA se opõe à medida, classificando-a como “equivocada”. “A razão pela qual a Casa Branca quer o controle da sala de imprensa é a mesma pela qual assumiu o controle” de outras atribuições da WHCA, “para pressionar os jornalistas sobre coberturas com as quais não concordam”, afirmou o presidente da WHCA, Eugene Daniels, em um comunicado.
O anúncio é mais uma tentativa da Casa Branca de decidir quem cobre Trump, depois que, em fevereiro, retirou da WHCA o controle da distribuição do “pool” de imprensa – um grupo de jornalistas de diversos veículos que viaja no avião presidencial ou cobre o Salão Oval.
A Casa Branca incluiu no “pool” novos veículos de comunicação que, em vários casos, são pró-Trump.
A agência de notícias Associated Press, por exemplo, continua sem acesso à maioria dos eventos presidenciais porque se recusa a se referir ao Golfo do México como “Golfo da América”, conforme determinado por um decreto de Trump./AFP.