MINNEAPOLIS - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira, 16, um relatório que acusa a polícia de Minneapolis discriminou sistematicamente negros e indígenas por anos e muitas vezes violou direitos constitucionais após uma investigação abrangente que começou depois que George Floyd foi morto. Sua morte durante uma abordagem policial, durante a pandemia, amplificou o movimento Black Lives Matter nos EUA e no resto do mundo.
A investigação de dois anos descobriu que os oficiais de Minneapolis usaram força excessiva, incluindo “força letal injustificada”, e violaram os direitos das pessoas envolvidas em discursos constitucionalmente protegidos. A investigação também descobriu que tanto a polícia quanto a cidade discriminavam pessoas com “deficiências de saúde comportamental” quando os policiais eram chamados para pedir ajuda.
“Observamos muitos oficiais da polícia que fizeram seu difícil trabalho com profissionalismo, coragem e respeito”, apontou o procurador-geral Merrick Garland em entrevista coletiva em Minneapolis. “Mas os padrões e práticas que observamos tornaram possível o que aconteceu com George Floyd.”
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Garland disse que os policiais rotineiramente desconsideram a segurança das pessoas sob sua custódia, observando inúmeras situações em que uma pessoa sob custódia reclamou que não conseguia respirar.
O relatório incluía alegações de que a polícia “usou técnicas e armas perigosas contra pessoas que cometeram, no máximo, um pequeno delito e, às vezes, nenhum delito”. Os policiais “usaram a força para punir as pessoas que irritaram os policiais ou criticaram a polícia”.
Patrulhamento
A polícia também “patrulhava os bairros de maneira diferente com base em sua composição racial e discriminava com base na raça ao revistar, algemar ou usar a força contra as pessoas durante as paradas”, disse o relatório.
Como resultado da investigação, a cidade e o departamento de polícia concordaram com um acordo conhecido como decreto federal de consentimento, que exigirá que as reformas sejam supervisionadas por um monitor independente e aprovadas por um juiz federal. Esse arranjo é semelhante aos esforços de reforma em Seattle, Nova Orleans, Baltimore e Ferguson, Missouri.
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A investigação foi iniciada em abril de 2021, um dia depois que o ex-policial Derek Chauvin, que é branco, foi condenado por assassinato e homicídio culposo no assassinato de Floyd, que era negro, em 25 de maio de 2020.
Floyd disse repetidamente que não conseguia respirar quando Chauvin se ajoelhou em seu pescoço por 9 minutos e meio. O assassinato foi registrado por um espectador e provocou meses de protestos em massa como parte de um reconhecimento nacional mais amplo sobre a injustiça racial.
Comportamento de Chauvin era recorrente
Garland também disse que o relatório descobriu que Chauvin usou força excessiva em outras pessoas em várias ocasiões, e outros policiais ficaram parados e não o impediram.
As conclusões foram baseadas em revisões de documentos e arquivos de incidentes; observação de vídeos de câmeras usadas no corpo; dados fornecidos pela prefeitura e polícia; e passeios e conversas com policiais, residentes e outros, diz o relatório.
Saiba mais sobre o caso George Floyd
Investigadores federais reconheceram que a cidade e a polícia de Minneapolis já começaram as reformas.
O relatório observou que a polícia agora está proibida de usar restrições de pescoço como a que Chauvin usou para matar Floyd. Os oficiais não estão mais autorizados a usar algumas armas de controle de multidão sem a permissão do chefe. E mandados de prisão preventiva foram banidos após a morte de Amir Locke em 2022.
A cidade também lançou um programa no qual profissionais de saúde mental treinados respondem a algumas chamadas, em vez da polícia./AP E NYT