PRETÓRIA - Um mês depois da descoberta da variante Ômicron do coronavírus na África do Sul, o número de casos na província de Gauteng – epicentro do surto sul-africano – começou a desacelerar, disseram nesta quarta-feira, 22, cientistas que coordenam a resposta à pandemia no país. Na direção contrária, o Reino Unido ultrapassou 100 mil novos casos nesta quarta-feira pela primeira vez desde o início da pandemia.
Os médicos sul-africanos informaram também que o impacto das infecções foi menor do que em outras ondas, apesar de ainda não haver dados científicos que garantam que a cepa Ômicron seja menos grave que outras versões do vírus.
Ainda de acordo com os cientistas do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD, na sigla em inglês), a curva de contágios começou a desacelerar num tempo mais curto que os surtos das variantes Delta e Beta, num provável indício de que, por ser mais contagiosa, a Ômicron também retrocede mais rápido.
Dados indicam que a média diária de casos em Gauteng caiu pela metade, de 10 mil no início do mês, para 5 mil na última semana. O porcentual de testes que retornam positivos também começou cair, segundo a diretora do NICD, Michelle Groome.
“Temos observado isso na última semana e sentimos que passamos o pico dos contágios em Gauteng”, disse a cientista, que destacou sinais de que o surto está desacelerando em outras três províncias sul-africanas: Limpopo, Noroeste e Mpumalanga. No resto do país, no entanto, onde a variante chegou depois de Gauteng, os casos seguem subindo.
O monitoramento das internações e das mortes indica um impacto menor da Ômicron comparado a outras ondas da pandemia na África do Sul. O tempo de internação também é menor que com outras variantes.
O porcentual de internados com a Ômicron no país é de 5,7% dos casos – comparado a 13% de outras ondas da doença. O volume de internados que morreram é de 5,6% com a Ômicron e de 19% com outras variantes. Além disso, 87% das mortes registradas na África do Sul desde novembro são de não vacinados ou de vacinados parcialmente.
No Japão, o número geral de casos e mortes por coronavírus também está caindo e ainda não há uma explicação clara sobre o por quê, embora a nova variante altamente transmissível tenha aparecido no país e os especialistas suspeitem que já haja disseminação comunitária./ AP e REUTERS