Autoridades ucranianas dizem ter achado 440 corpos em covas coletivas em cidade ocupada pela Rússia

Forças ucranianas retomaram Izium em uma contraofensiva na semana passada

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Por Redação
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IZIUM - O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou nesta quinta-feira, 15, que uma vala comum com corpos enterrados foi encontrada por autoridades próxima a cidade de Izium, no nordeste da Ucrânia. De acordo com outras autoridades, cerca de 440 corpos estavam enterrados no local. Izium foi recapturada pelos ucranianos recentemente, depois de ter estado ocupada por forças russas.

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As informações mais precisas sobre as valas só devem estar disponíveis nesta sexta-feira, 16. “Queremos que o mundo saiba o que realmente está acontecendo e o que a ocupação russa causou”, declarou Zelenski em seu discurso noturno. Nesta quarta-feira, ele esteve de visita em Izium e testemunhou o cenário deixado no local.

O chefe do departamento de investigação da força policial regional em Kharkiv, Serhii Bolvinov, afirmou que os corpos serão exumados e examinados como parte de uma investigação sobre possíveis crimes cometidos pelas forças russas em territórios ocupados na Ucrânia.

Imagem mostra área residencial de Izium, no nordeste da Ucrânia, atingida por artilharia durante a guerra. Local estava sob ocupação russa até semana passada Foto: Sergei Kozlov / EFE

Bolvinov também afirmou que a vala encontrada em Izium era “uma das maiores encontradas em uma cidade libertada”.

Desde a semana passada, quando Izium foi retomada pelos ucranianos, mais de mil cadáveres foram encontrados nas imediações, segundo divulgaram as autoridades. “Devemos dizer que esta tragédia é ainda pior do que a tragédia em Bucha”, onde as forças russas em retirada deixaram pelo menos 458 corpos espalhados na cidade, disse o conselheiro do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, à BBC nesta quinta-feira.

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As autoridades ucranianas também afirmam que há outros locais da região de Kharkiv onde corpos foram enterrados. Além de Izium, a procuradoria-geral da Ucrânia também investiga possíveis crimes de guerra em Zaliznichne, uma vila recentemente libertada na região.

Em agosto, pesquisadores do Departamento de Estado dos EUA e da Universidade de Yale disseram que havia sinais apontando para possíveis valas comuns em algumas áreas da região leste de Donetsk, perto de locais que faziam parte de um “sistema de triagem” utilizado para processar detidos e prisioneiros.

Câmaras de tortura

O vice-ministro do Interior da Ucrânia, Ievhen Enin, disse nesta quinta-feira que as autoridades também encontraram evidências de que as tropas russas ocupantes formaram “câmaras de tortura” nas cidades que ocuparam. As câmaras eram utilizadas para prender cidadãos ucranianos e estrangeiros em “condições completamente desumanas”.

Ele afirmou que entre os detidos em um dos locais estavam estudantes de um país asiático não especificado que foram capturados em um posto de controle russo enquanto tentavam sair para o território controlado pela Ucrânia.

Enin não especificou onde os estudantes foram mantidos, embora tenha citado as pequenas cidades de Balaklia e Volchansk como dois locais onde as supostas câmaras de tortura foram encontradas.

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“Todos esses vestígios de crimes de guerra são agora cuidadosamente documentados por nós. E sabemos pela experiência de Bucha que os piores crimes só podem ser expostos com o tempo”, disse Enin. /NYT, AP

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