O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que fará uma visita oficial ao Brasil no mês de abril. O anúncio foi feito durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta quarta-feira, 1°, a margem do encontro do G-20 em Nova Délhi.
“Momentos antes da abertura da reunião de chanceleres do G-20, em Nova Délhi, o ministro Mauro Vieira manteve encontro com o ministro de Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, que confirmou a intenção de realizar visita de trabalho ao Brasil, em abril”, informou o Itamaraty em uma publicação nas redes sociais.
Ainda de acordo com a chancelaria brasileira, os diplomatas repassaram os principais temas da agenda bilateral entre os países e da agenda multilateral compartilhada, incluindo a situação atual e as perspectivas da guerra na Ucrânia. Este foi o primeiro encontro entre os chanceleres desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência do Brasil.
“Durante a conversa, que transcorreu em clima construtivo, foi reafirmado o foco mútuo no aprofundamento de todo o complexo de relações russo-brasileiras de parceria estratégica, e discutido em detalhes o cronograma de contatos bilaterais em diversos níveis”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado reproduzido pela agência russa Tass.
O encontro de Vieira e Lavrov ― e a possível visita do chanceler russo ao Brasil em meio à guerra na Ucrânia ―, parece o ápice da tentativa brasileira, desde o início do governo Lula, de equilibrar sua posição de neutralidade no conflito e lançar-se diplomaticamente como intermediador de um plano de paz. A nova linha de política externa tem desagradado americanos, europeus e ucranianos.
Em paralelo, o encontro de Lavrov com o embaixador brasileiro mostra também o interesse russo em se aproximar da América Latina. Em uma entrevista coletiva com repórteres em Nova Délhi, o chanceler russo afirmou que o isolamento de Moscou existia apenas nas palavras dos líderes ocidentais, e que pretende viajar até países da região neste ano.
“Todos os colegas de países em desenvolvimento continuam não apenas conversando conosco, mas manifestando interesse em nos visitar, nos convidando; e esperamos em breve visitar vários países latino-americanos”, disse Lavrov./COM EFE
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
