THE NEW YORK TIMES - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, conversou nesta sexta-feira, 29, com o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o pressionou a aceitar uma proposta para a libertação de Brittney Griner e Paul Whelan. O americano, porém, não relatou nenhum avanço na negociação.
Blinken disse a repórteres em uma entrevista coletiva que havia falado com seu colega russo por telefone, sua primeira conversa desde semanas antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. Ele não disse imediatamente como Lavrov respondeu.
Griner, uma estrela do basquete que jogou por um time russo durante a entressafra, está sendo julgada em um tribunal russo e enfrenta uma sentença de até 10 anos de prisão por acusações de drogas. A atleta de 31 anos foi detida em um aeroporto de Moscou cerca de uma semana antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, depois que funcionários da alfândega descobriram óleo de haxixe em sua bagagem.
Whelan, ex-executivo da Marinha e de segurança corporativa, foi detido em 2018 em um hotel de Moscou, onde estava hospedado para o casamento de um amigo. Em 2020, um tribunal russo o condenou a 16 anos de prisão por espionagem, acusação que ele e sua família negaram.
O Departamento de Estado classificou Whelan e Griner como “detidos injustamente”.
De acordo com uma pessoa informada sobre o assunto, o governo Biden ofereceu no mês passado a troca do traficante de armas russo Viktor Bout, que atualmente cumpre uma sentença de 25 anos de prisão federal nos Estados Unidos, por Griner e Whelan.
Blinken também disse que pressionou Lavrov para cumprir um recente acordo russo para permitir a passagem de grãos ucranianos dos portos do Mar Negro e o alertou que o mundo nunca aceitaria a anexação russa do território ucraniano.
Tais ações, disse Blinken, “resultarão em custos adicionais significativos impostos à Rússia, se seguir esse plano”.
Lavrov, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que a situação dos grãos foi “complicada pelas sanções dos EUA”. Ele também disse que as forças russas “observam estritamente as normas do direito internacional”.
Ele acrescentou que os objetivos da Rússia na Ucrânia “serão totalmente cumpridos”.
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