CARACAS - A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, disse na noite da terça-feira, 20, estar "preparada para tudo" após o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) abrir um processo preliminar que pode levar a chavista dissidente à destituição do cargo. Segundo ela, a Justiça da Venezuela é usada para "perseguir a dissidência política".
"Quando se assume essas posições, precisamos estar preparados. Pessoas públicas devem assumir sua responsabilidade", disse a chefe do Ministério Público, que acrescentou que o TSJ tem-lhe negado acesso aos processos. "Desconheço o conteúdo da denúncia."
O TSJ acatou na terça-feira uma medida interposta pelo deputado chavista Pedro Carreño, que acusa a procuradora de "faltas graves" no exercício do cargo e solicitou que uma junta médica avalie a sanidade mental de Luisa Ortega.
Os dois devem comparecer a uma audiência preliminar na sede do Judiciário venezuelano, que desde a vitória da oposição nas eleições legislativas de 2015 tem ditado diversas sentenças favoráveis ao governo.
Luisa Ortega contestou com recursos junto ao TSJ nas últimas semanas tanto a convocação da Assembleia Constituinte feita pelo presidente Nicolás Maduro, quanto a própria nomeação dos juízes da Corte, feita às pressas pela legislatura passada, ainda sob controle chavista. / AFP
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