Procuradores americanos garantiramimunidade a Allen Weisselberg, chefe de finanças das Organizações Trump, em troca de informações na investigação sobre os pagamentos feitos durante a campanha presidencial do magnata a duas mulheres que alegam ter tido um caso com ele, afirmou a imprensa americana nesta sexta-feira, 24.
A investigação busca determinar se Donald Trump violou a lei de financiamento de campanhas ao fazer pagamentos para silenciar a ex-modelo da Playboy Karen McDougal e a atriz pornô Stormy Daniels. O objetivo seria comprar a exclusividade de publicação de histórias negativas a respeito de Trump, mas jamais publicar as reportagens. Trump diz que não fez nada de errado e que os pagamentos foram feitos com dinheiro do seu bolso.
Allen Weisselberg recebeu imunidade por fornecer informações sobre o ex-advogado do presidente, Michael Cohen. Um advogado das Organizações Trump e o porta-voz dos procuradores federais se recusaram a fazer comentários, segundo o jornal "Wall Street Journal", que foi o primeiro a publicar reportagem sobre a imunidade de Weisselberg. Ele tampouco respondeu aos pedidos de comentários do jornal.
O ex-advogado e homem responsável por resolver problemas de Trump, Michael Cohen, admitiu à Justiça ter feito os pagamentos e se declarou culpado de 8 acusações diante de um juiz em Nova York. Ele afirmou que Trump ordenou a compra do silêncio das mulheres para manter em segredo o caso extraconjugal e disse que o objetivo era impedir que um escândalo prejudicasse Trump na eleição de 2016.
Segundo o jornal "Wall Street Journal", o chefe de finanças das Organizações Trump era responsável por supervisionar as transações financeiras da organização e as pessoais de Trump, além de preparar sua declaração de impostos.
Nesta quinta, a imprensa americana também noticiou que o empresário David Pecker, que é dono da empresa que publica os principais tabloides dos EUA e amigo pessoal de Trump, também recebeu imunidade da Justiça. Os investigadores acreditam que Pecker agiu como um escudo para Trump, comprando a exclusividade de publicação das histórias.
O depoimento do empresário pode ajudar a provar se o presidente agiu ilegalmente durante a campanha eleitoral. / WASHINGTON POST E AFP
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