China acelera vacinação contra covid-19 em idosos após país registrar recorde de casos

País vive momento de protestos contra a política de restrição implantada desde o início da pandemia

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Por Redação

PEQUIM - A China anunciou, nesta terça-feira, 29, que vai acelerar a vacinação contra a covid-19 para pessoas com 60 anos ou mais. A medida ocorre no momento em que o país registra um número recorde de casos diários nos últimos dias e também quando a política de restrições faz eclodir protestos nas cidades chinesas.

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Em comunicado, a Comissão Nacional de Saúde prometeu “acelerar o aumento da taxa de vacinação de pessoas com mais de 80 anos de idade e aumentar ainda mais a taxa de vacinação de pessoas de 60 a 79 anos”. A comissão acrescentou que vai criar “um grupo de trabalho especial para tomar medidas sobre a vacinação contra a covid-19 dos idosos”.

Apenas 65,8% das pessoas com mais de 80 anos estão totalmente vacinadas, disseram funcionários da Comissão em uma entrevista coletiva na terça-feira. A China ainda não aprovou o uso de vacinas de RNA mensageiro. Nas últimas 24 horas, o país registrou 38.421 novos casos de covid-19, um pouco abaixo dos recordes apresentados no fim de semana.

People hold up white paper to protest China's zero-COVID policy on Sunday night in Beijing. MUST CREDIT: Japan News-Yomiuri. 

As baixas taxas de vacinação contra covid-19 na China, principalmente entre a população mais velha, são vistas como a razão pela qual o governo está prolongando sua política de ‘covid zero’, que impõe bloqueios, ordens de quarentena e limites à liberdade de deslocamento para conter o surto de coronavírus.

As restrições, que ocorrem desde o início da pandemia, têm gerado revolta em parte da população. Milhares de pessoas se reuniram em algumas das mais importantes cidades chinesas, como Pequim, Xangai e Chengdu durante o fim de semana para protestar contra a política “covid zero” patrocinada pelo governo central, que impõe uma série de medidas restritivas rigorosas aos cidadãos chineses a quase três anos. Os atos foram convocados em meio à indignação pela morte de dez pessoas, incluindo três crianças, em um incêndio em um prédio que estava em lockdown na província de Xinjiang.

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O governo da China aumentou a presença policial nas ruas das principais cidades do país e elevou o nível de vigilância a sinais de dissidência após os protestos contra a política de tolerância zero contra a covid-19 se tornarem a maior demonstração de insatisfação popular com o regime comunista em décadas.

Em todo o país, segundo o governo chinês, existem mais de 362 mil pessoas isoladas em observação médica por serem portadores assintomáticos do vírus, entre as quais quase 1,7 mil são provenientes de outros territórios. A China sofreu, nos últimos meses, ondas de surtos atribuídas à variante Ômicron, que causaram números recordes de infecções não vistos desde o início da pandemia no primeiro semestre de 2020.

A Comissão Nacional de Saúde detalhou ainda que, ao longo da segunda-feira, mais de 2,7 mil doentes tiveram alta após superarem com sucesso a covid. O número de infectados ativos com sintomas na China continental soma agora 33,9 mil, dos quais 106 estão em estado grave.

Segundo os dados oficiais da instituição, desde o início da pandemia, o país registrou um total de 315.248 infecções – número que exclui os assintomáticos – e 5.233 mortos. Até o momento, cerca de 12 milhões de contatos próximos com pessoas infectadas foram monitorados clinicamente, dos quais mais de 1,9 milhão permanecem em quarentena. /AFP e EFE

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