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China admite dificuldades para fornecer alimentos à cidade confinada de Xian

Moradores só podem sair de casa para realizar exames de covid-19; Pequim insiste em rígida estratégia conhecida como 'covid zero'

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Por Redação

XIAN, China - As autoridades chinesas admitiram nesta quarta-feira, 29, que enfrentam problemas para garantir o fornecimento de alimentos aos moradores de Xian, cidade em confinamento há uma semana. Representantes do governo reconheceram em uma entrevista coletiva que "o reduzido número de trabalhadores e as dificuldades logísticas e de distribuição" estão provocando dificuldades na entrega de produtos básicos à população. A admissão aconteceu após moradores da cidade -- habitada por 13 milhões de pessoas -- reclamarem sobre falta de comida e pedirem ajuda na internet. 

A quebra no fornecimento começou após autoridades nacionais de saúde adotarem medidas restritivas para combater o novo surto de covid-19, o mais grave dos últimos meses na China. Pequim mantém a rígida estratégia 'covid zero', que inclui restrições nas fronteiras e quarentenas localizadas. A população deXian está proibida de sair de casa, exceto para realizar testes de covid, e alguns afirmam que não é possível fazer compras online.

Um trabalhador entrega comida a moradores da cidade de Xian, na China; lockdown gera crise de abastecimento Foto: China Out via REUTERS

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Moradores reclamam que não podem sair mesmo quando a comida acaba em casa. "Como vamos viver? Como vamos comer?", questionou um morador de Xian no Weibo, o Twitter chinês.

Nos últimos dias, as autoridades da cidade prenderam pelo menos sete pessoas, acusadas de tentativa de burlar a quarentena, perturbar a ordem e divulgar boatos, segundo a imprensa local. 

A cidade registrou mais de 960 novos casos de covid-19 desde 9 de dezembro. Embora o aumento de contágios na China seja pequeno em comparação ao ritmo acelerado na Europa e Estados Unidos, Pequim pretende evitar uma propagação fora de controle do vírus, a pouco mais de um mês da chegada de milhares de estrangeiros para os Jogos Olímpicos de Inverno. /AFP

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