PEQUIM - O ministro de Assuntos Exteriores da China, Wang Yi, afirmou nesta quinta-feira, 7, que seu país apoiará novas medidas contra a Coreia do Norte após o último teste nuclear realizado pelo regime de Kim Jong-un.
Dada a situação na península coreana, o Conselho de Segurança da ONU "deve buscar uma resposta" com a imposição de "novas medidas", manifestou Wang em uma coletiva de imprensa em Pequim, acrescentando que as sanções são apenas parte da solução.
Uma nova ação da comunidade internacional deve ter como objetivo "danificar o programa de mísseis e nuclear do Governo da República Popular Democrática da Coreia, ao mesmo tempo que ajuda a retomar o diálogo e as negociações", disse o chanceler.
"Acreditamos que as sanções e a pressão são só uma parte para resolver o problema. A outra parte é a negociação", insistiu Wang em declarações após uma reunião com o vice-primeiro-ministro do Nepal, Krishna Bahadur Mahara.
"Só se combinarmos as duas" poderemos solucionar o conflito, advertiu o ministro chinês de Relações Exteriores.
As declarações de Wang acontecem depois que o presidente Xi Jinping manteve, na quarta-feira, 6, uma conversa telefônica com seu colega americano, Donald Trump, na qual o líder chinês pediu uma resolução ao conflito pela via pacífica.
Após o teste nuclear do passado fim-de-semana, no qual o regime norte-coreano assegura ter provado sua bomba atômica mais potente até a datta, os Estados Unidos e os seus aliados advogaram por impor maiores sanções contra o regime dos Kim, mas a China ainda não tinha se pronunciado diretamente.
Trump então indicou que avaliava suspender o comércio com qualquer país que faça negócios com Pyongyang e insinuou que não descartava um ataque à Coréia do Norte.
Porém, após a conversa com Xi, o governante americano disse que a resposta militar não é sua "primeira opção". "Acredito que o presidente Xi está de acordo comigo em 100%. Tampouco quer ver o que está ocorrendo ali (na Coreia do Norte)".
Washington pressiona Pequim para que detenha a crescente ameaça norte-coreana, pois a China segue sendo o maior aliado do regime dos Kim ainda que nos últimos anos esfriou sua relação após os testes nucleares de seu vizinho.
A China insiste que a solução passa por retomar o diálogo de seis lados (China, as duas Coreias, Japão, Estados Unidos e Rússia), que começaram em 2003 e foram paralisadas em 2009 pela retirada de Pyongyang do diálogo. / EFE
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