China aumenta gasto militar em meio a tensão com EUA e quer ‘reunificação pacífica’ com Taiwan

Em reunião anual do Congresso Nacional do Povo, governo alerta para elevação de ameaças e diz que lutará contra independência de Taiwan

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Por Redação
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PEQUIM - A China anunciou neste domingo, 5, na abertura do Congresso Nacional do Povo – o evento político anual mais importante – que aumentará os gastos militares em mais de 7,2% este ano e alertou para a elevação das ameaças. O governo também anunciou previsões de crescimento moderado, em um caminho para a recuperação econômica após sua radical política de covid zero, que adotou o isolamento e medidas paralisantes, prejudicando os trabalhadores e as empresas.

O orçamento militar de Pequim – que passará a US$ 225 bilhões (R$ 1, 16 trilhão) – ainda é inferior ao dos Estados Unidos, que é quatro vezes maior. Mas analistas acreditam que a China minimiza quanto gasta em defesa. Este será o maior aumento em defesa desde 2019.

Presidente chinês, Xi Jinping, e outros líderes cantam o hino nacional na abertura do Congresso Nacional do Povo Foto: NOEL CELIS

Em discurso ao CNP, o primeiro-ministro de saída, Li Keqiang, disse que “as tentativas externas de suprimir e conter a China estão aumentando”. Referindo-se à disputa com Taiwan, que a China considera uma província rebelde, Li disse que Pequim lutará decididamente contra a independência da ilha.

Tensão

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O aumento nos gastos militares ocorre no momento em que o presidente Xi Jinping enfrenta uma piora nos laços com os EUA após o caso dos balões espiões. Pequim também é alvo de escrutínio por sua amizade com a Rússia e sua hesitação em condenar a invasão à Ucrânia, em meio a afirmações de Washington de que os chineses consideram ajudar Moscou em seu esforço de guerra.

As autoridades americanas também alertaram repetidamente a China contra a invasão de Taiwan, em meio às exibições cada vez maiores de força militar aérea e marítima ao redor de Taiwan.

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Li anunciou a meta de crescimento econômico “em torno de 5%” este ano, uma previsão modesta, que sublinha os desafios que confrontam o presidente Xi Jinping em seu terceiro mandato, conforme ele tenta superar relações cada vez mais hostis com o Ocidente que castigam a economia já em dificuldades de seu país. Para analistas, a meta segue o estabelecido no ano passado, apesar de que a China acabou crescendo apenas 3%.

Telão mostra Li Qiang, membro do Politburo e futuro premiê Foto: WU HAO

O Congresso Nacional do Povo deverá aprovar nomeações para cargos de alto escalão, assim como uma reforma no governo que dará a Xi e ao governante Partido Comunista Chinês ainda mais controle sobre tomadas de decisão anteriormente delegadas a órgãos governamentais. A nova equipe incluirá o novo primeiro-ministro chinês, Li Qiang – aliado de Xi.

Reformulação

Nas Duas Sessões – encontros simultâneos de um organismo consultivo, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e do CNP, com cerca de 3 mil membros –, as autoridades anunciarão a maior reformulação na liderança do governo chinês em uma década, incluindo uma nova equipe econômica que terá de enfrentar uma crise de pobreza contínua, aumento no desemprego, população em envelhecimento e o declínio na confiança de consumidores e investidores.

As autoridades deverão aprovar um “plano de reforma” do PCC e das instituições de Estado que dará ao partido mais controle sobre setores críticos, como tecnologia, regulação financeira e segurança nacional, um foco crucial de Xi. / WP, NYT e EFE

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