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China envia aviões na maior incursão aérea da história contra Taiwan

Pequim afirmou que a ação visou alertar Taipé após os Estados Unidos aprovarem um pacote com mais ajuda militar à ilha

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Por Redação

PEQUIM - Os militares da China enviaram 71 aviões e sete navios para Taiwan nas últimas 24 horas, na maior mobilização aérea de sua história contra as defesas da ilha.

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A ação ocorreu entre domingo, 26 e esta segunda, 27. Segundo o Ministério da Defesa taiwanês, 47 aviões cruzaram a chamada linha mediana, que divide sem reconhecimento oficial as áreas chinesa e de Taipé, sobre o estreito marítimo que separa os territórios.

Entre os aviões que a China enviou para Taiwan estavam 18 caças J-16, 11 caças J-1, 6 caças Su-30 e drones.

Também estiveram envolvidos aviões-radar, aparelhos de guerra antissubmarino e drones de reconhecimento. Taiwan, segundo o ministério, mobilizou uma cifra incerta de caças e ativou defesas aéreas terrestres e em navios.

Bandeiras de Taiwan expostas no Ministério de Defesa antes do anúncio da ofensiva da China sobre a ilha  Foto: Ann Wang/REUTERS

O Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular afirmou que a ação visou alertar Taipé após os Estados Unidos aprovarem um pacote com mais ajuda militar à ilha.

Na semana passada, o governo Joe Biden assinou o Ato de Resiliência Ampliada de Taiwan, instrumento do orçamento militar aprovado no Senado que prevê US$ 10 bilhões à ilha nos próximos cinco anos.

O assédio militar da China à autogovernada ilha de Taiwan, que Pequim afirma ser seu território, se intensificou nos últimos anos, e o Exército de Libertação Popular do Partido Comunista envia aviões ou navios para a ilha quase diariamente.

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Taiwan disse que monitorou os movimentos chineses por meio de seus sistemas de mísseis baseados em terra, bem como em seus próprios navios.

“Esta é uma resposta firme à atual escalada e provocação EUA-Taiwan”, disse Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Partido Comunista, em comunicado na noite de domingo. Ele também anunciou que o Exército estava realizando patrulhas de combate conjuntas e exercícios de ataque conjuntos nas águas ao redor de Taiwan.

Provocação dos EUA

O Exército de Libertação Popular fez referência ao projeto de lei de gastos com defesa dos EUA, que considera a China um desafio estratégico.

No que diz respeito à região do Indo-Pacífico, a legislação autoriza o aumento da cooperação de segurança com Taiwan e exige cooperação ampliada com a Índia em tecnologias de defesa emergentes, prontidão e logística.

Os militares da China costumam usar grandes exercícios militares como demonstração de força em resposta às ações do governo dos EUA em apoio a Taiwan. A China conduziu grandes exercícios militares de fogo real em agosto em resposta à visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.

Pequim vê as visitas de governos estrangeiros à ilha como um reconhecimento de fato da ilha como independente e um desafio à reivindicação de soberania da China sobre o território.

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