China envia navios e aviões para manobra militar ao redor de Taiwan

Ministério da Defesa taiwanês condenou o “comportamento irracional e provocador” da China; atitude é uma das tentativas de Pequim sufocar ideais separatistas do presidente da ilha, Lai Ching-te

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Por Redação
Atualização:

PEQUIM - O Ministério da Defesa da China informou que enviou na noite deste domingo, 13 (manhã de segunda na região) aviões e navios para cercar Taiwan em um de seus mais recentes exercícios militares direcionados à ilha autônoma, que Pequim considera parte de seu território.

Os exercícios, chamados Espada Conjunta 2024B, “testam as capacidades operacionais conjuntas das tropas no teatro de comando”, indicou a pasta militar chinesa. Já o Ministério da Defesa taiwanês condenou o “comportamento irracional e provocador” da China e afirmou que “enviou forças apropriadas para responder adequadamente, a fim de proteger a liberdade e a democracia e defender a soberania” de Taiwan.

Caça Mirage 2000 da Força Aérea do Taiwan se prepara para ir à pista da base aérea de Hsinchu Foto: I-hwa Cheng/AFP

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As manobras estão sendo realizadas em “áreas ao norte, sul e leste da ilha de Taiwan”, indicou o capitão Li Xi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Exército Chinês. Os exercícios “se concentram em temas como vigilância de prontidão para combate aéreo e marítimo, bloqueio de portos e zonas-chave”, além de “ataque a alvos marítimos e terrestres”, explicou o militar.

Os guardas costeiros chineses também foram enviados para realizar “inspeções” ao redor da ilha. Um diagrama divulgado pelos guardas costeiros chineses mostrou quatro frotas cercando Taiwan. Enquanto isso, a Guarda Costeira taiwanesa confirmou que havia detectado “comboios” de embarcações chinesas ao redor da ilha.

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O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, advertiu a China na sexta-feira, 11, sobre qualquer “provocação” contra Taiwan, após o presidente da ilha, Lai Ching-te, se comprometer em um discurso a “resistir à anexação” pela China. Lai, que assumiu a presidência em maio, tem falado abertamente sobre a defesa da soberania de Taiwan, o que irritou Pequim, que o rotula de “separatista”.

Nos últimos anos, a China intensificou sua atividade militar ao redor de Taiwan, enviando aviões de guerra e outras aeronaves militares, enquanto seus navios mantêm uma presença quase constante nas águas da ilha. Pequim não descartou o uso da força para tomar o controle da ilha de governo democrático.

Advertência firme

Taiwan disse nas primeiras horas de domingo (madrugada no Brasil) que havia detectado um porta-aviões chinês ao sul do canal de Bashi, que separa a ilha das Filipinas. A embarcação parecia estar se dirigindo ao Pacífico Ocidental.

“Diante das ameaças do inimigo, todos os oficiais e soldados do país estão plenamente preparados”, disse o Ministério da Defesa taiwanês na segunda-feira. “Estamos decididos e confiantes em garantir a segurança e a defesa nacional”, acrescentou.

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Em seu discurso de quinta-feira, 10, o presidente Lai se comprometeu a “resistir à anexação” da ilha e insistiu que Pequim e Taipei “não são subordinados um ao outro”. Em resposta, a China advertiu no mesmo dia que as “provocações” do presidente taiwanês causarão um “desastre” para seu povo.

Pequim indicou na segunda-feira que suas manobras servem como um “aviso firme para os atos separatistas das forças da ‘independência de Taiwan’”.

A disputa entre China e Taiwan remonta à guerra civil na qual as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek fugiram para Taiwan em 1949 após serem derrotadas pelos comunistas de Mao Zedong.

O Partido Progressista Democrático de Lai tem defendido a soberania e a democracia de Taiwan, que tem seu próprio governo, forças armadas e moeda, enquanto os chineses têm buscado eliminar Taiwan do cenário internacional, impedindo sua participação em fóruns globais e tirando-lhe aliados diplomáticos. / AFP

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