A China enviou navios de guerra e dezenas de caças para Taiwan neste sábado, 8, apontou o governo de Taiwan, em retaliação a uma reunião entre os presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarty, e de Taiwan, Tsai Ing-wen.
No sábado, o Ministério de Defesa de Taipé apontou que nove navios de guerra, 71 aviões e 29 caças foram detectados pelo território de Taiwan. A marinha chinesa também planeja realizar outros treinamentos em províncias próximas de Taiwan até a segunda-feira, 10.
Os militares chineses anunciaram o início de patrulhas no sábado. Pequim não deu nenhuma indicação se poderia incluir uma repetição de exercícios do ano passado, quando mísseis disparados foram disparados no mar e interromperam o transporte marítimo e os voos das companhias aéreas.
Os EUA pediram neste sábado que a China atue com moderação em seus exercícios militares, ressaltando que Washington está disposta a honrar seus compromissos de segurança na Ásia.
“Nossos canais de comunicação com a China seguem abertos e pedimos sempre moderação e que o status quo não mude”, declarou um porta-voz do Departamento de Estado.
Entenda a crise entre China e Taiwan
Os militares taiwaneses disseram que os sistemas de defesa antimísseis foram ativados e patrulhas aéreas e marítimas estão prontas para defender a ilha. “Condenamos um ato tão irracional que colocou em risco a segurança e a estabilidade regional”, disse um comunicado do Ministério da Defesa.
Pequim chama Taiwan de ‘província rebelde’
Taiwan se separou da China em 1949, após uma guerra civil. O governante Partido Comunista diz que a ilha faz parte do território chinês e o contato com autoridades estrangeiras encoraja os taiwaneses a defender uma independência formal. Isso, na avaliação da China, levaria a ilha e o continente à guerra.
Já os Estados Unidos não têm relações oficiais com Taiwan, um centro da indústria de alta tecnologia e um dos maiores comerciantes globais, mas mantém extensos laços comerciais e informais. Washington é obrigado por lei federal a garantir que a ilha de 22 milhões de pessoas tenha os meios para se defender se a China atacar.
Em agosto do ano passado, Pequim também executou exercícios militares ao redor de Taiwan, por conta da visita da ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi a Taipei. O atual líder da Câmara americana também pretendia viajar à ilha, mas terminou optando por uma reunião com Tsai Ing-wen. na Califórnia, o que provocou a irritação de Pequim.
A presidente taiwanesa fez uma escala nos Estados Unidos depois de visitar Guatemala e Belize, dois dos últimos aliados oficiais da ilha. Honduras também reconhecia a ilha oficialmente, mas optou por estabelecer relações com Pequim. Atualmente, apenas 13 países reconhecem Taipé./AP e AFP
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