CHENGDU - O Consulado Geral dos Estados Unidos na cidade chinesa de Chengdu, no sudoeste da China, baixou nesta segunda-feira, 27, a bandeira americana, poucas horas antes do término do prazo para seu fechamento, ordenado por Pequim na última sexta-feira.
A sede consular retirou a bandeira americana no fim da tarde, de acordo com imagens transmitidas pela televisão estatal CCTV, pouco antes do horário estabelecido. Em uma breve declaração, o Ministério das Relações Exteriores da China confirmou o fechamento do consulado e alegou que a China "tomou posse" do prédio.
O tráfego foi bloqueado em torno do consulado e a polícia adotou rigorosas medidas de segurança para evitar incidentes, segundo a mídia local. Ao contrário dos dias anteriores, as forças de segurança impediram jornalistas estrangeiros de chegar à representação diplomática. A rede estatal também mostrou imagens de oficiais dos EUA saindo do consulado durante a noite em meio a um cordão policial.
O consulado americano em Chengdu foi aberto em 1985 pelo então presidente George H. W. Bush e empregava cerca de 200 pessoas - 150 delas trabalhadores locais - que respondiam também pelo Tibete e outras regiões no sudoeste da China.
O fechamento da representação diplomática é uma retaliação chinesa pela ordem de fechamento do consulado da China em Houston, no Texas, anunciada pelo governo americano na semana passada. Autoridades americanas, como o secretário de Estado, Mike Pompeo, declararam que o local se tratava de um centro de espionagem chinês, o que foi refutado por Pequim.
"O relacionamento entre os dois países não é o que a China gostaria, mas Washington é responsável por isso", disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado, acrescentando que sua resposta está "alinhada ao direito internacional, às regras básicas que governam as relações internacionais e às relações internacionais."
O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, deu um passo adiante, observando que os diplomatas dos EUA enviados a Chengdu estão envolvidos em "atividades inconsistentes" com sua missão, e afirmou que a China já apresentou várias queixas a respeito.
A crise nos consulados levou as relações já deterioradas entre as duas grandes potências mundiais a um dos piores momentos das últimas décadas. Ele se une à troca de acusações pela origem e administração do coronavírus, pela guerra tecnológica e comercial, pelas censuras à nova lei de segurança de Hong Kong ou à situação dos direitos humanos das minorias muçulmanas na região noroeste da China./ EFE
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