Taipei, Taiwan - A China minimizou neste sábado, 4, o cancelamento de uma visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, depois que um balão chinês suspeito de espionar instalações militares dos EUA deu início a um conflito diplomático.
“Na verdade, os EUA e a China nunca anunciaram qualquer visita. Os EUA fazendo tal anúncio é assunto deles, e nós respeitamos isso”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado.
Blinken deveria chegar a Pequim neste domingo, 5, para tentar reduzir as tensões EUA-China. Seria a primeira viagem ao país asiático depois que os líderes dos dois países se reuniram em novembro passado na Indonésia. No entanto, os EUA cancelaram abruptamente a viagem após a descoberta do artefato.
No final da sexta-feira, o Pentágono informou que outro objeto foi visto sobre a América Latina, semelhante ao avistado sobre território americano, é outro balão espião chinês.
“Há relatos de um balão transitando pela América Latina”, disse o porta-voz do Departamento de Defesa mais cedo. Ao jornal The Washington Post, no final do dia, o general Patrick Ryder disse em um comunicado que “agora sabemos que é outro balão de vigilância chinês”.
Desde quarta-feria, 1.º, quando o primeiro artefato foi descoberto sobre a região de Montana, área que abriga cerca de 150 silos de mísseis balísticos nucleares intercontinentais, os dois países travam uma disputa diplomática.
A China tem afirmado que o objeto é um satélite de pesquisa meteorológica que saiu do curso por causa de fortes ventos. Os EUA disseram que se trata de um satélite de vigilância.
Conforme as autoridades americanas, o balão de alta altitude não é considerado uma ameaça física ou militar, embora seja incomum pela fato de ter permancido por “um longo período de tempo” sobre o território dos EUA.
De acordo com investigadores do Pentágono, o “balão espião” estaria agora indo na direção sudeste sobre os Estados de Kansas e Missouri a mais de 18,3 mil metros do solo.
Biden avaliou abater balão chinês
Segundo a Casa Branca, os EUA rastreavam o balão sobre seu território desde terça-feira, quando o presidente Joe Biden foi informado pela primeira vez sobre a ocorrência. De acordo com três autoridades dos EUA, o democrata stava inicialmente inclinado a ordenar que o balão fosse abatido. Caças F-22 foram preparados para a operação.
No entanto, o presidente americano foi convencido pelo secretário de Defesa, Lloyd Austin, e pelo general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, a desistir, em razão do tamanho do objeto - que equivale a três ônibus - cujo detritos poderiam ferir pessoas no solo. | WP e AP
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