Diversos países, entre eles China, Rússia, Estados Unidos e Brasil condenaram nesta segunda-feira o novo teste nuclear subterrâneo realizado pela Coreia do Norte. O Ministério da Defesa da Rússia estimou que a explosão - que provocou um terremoto de magnitude 4,5 na escala Richter - foi comparável às das bombas americanas que destruíram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945. O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou que o país está "preocupado" e que os testes são "um golpe nos esforços de não proliferação". Na China, o ministério do Exterior disse em um comunicado que "o governo chinês é contra, de forma resoluta, o teste nuclear da República Democrática Popular da Coreia do Norte". Por sua vez, o presidente americano, Barack Obama, disse a comunidade internacional deve tomar providências contra o que chamou de violação da lei internacional. Segundo ele, a "Coreia do Norte está desafiando diretamente e de forma imprudente a comunidade internacional. O comportamento da Coreia do Norte aumenta as tensões e prejudica a estabilidade no nordeste da Ásia." No Brasil, o Itamaraty divulgou uma nota em que diz que espera que a Coreia do Norte "se reintegre, o mais rapidamente possível e como país não nuclearmente armado, ao Tratamento de Não-Proliferação de Armas Nucleares". O Ministério das Relações Exteriores também diz que espera que o país volte às negociações visando à desnuclearização da Península Coreana. Negociações As negociações multilateriais sobre o desarmamento norte-coreano, envolvendo China, Japão, Rússia, Estados Unidos e as duas Coreias, foram paralisadas no ano passado depois de um impasse sobre como informações apresentadas pela Coreia do Norte sobre suas atividades nucleares seriam verificadas. A Coreia do Sul reforçou as críticas à Coreia do Norte, afirmando que o novo teste nuclear é uma "provocação" e "uma grave ameaça à paz e estabilidade na península coreana e nordeste da Ásia e um desafio grave ao regime internacional de não proliferação nuclear", afirmou o porta-voz da presidência da Coreia do Sul Ri Tong-gwan. O Japão, por sua vez, afirmou que qualquer teste nuclear da Coreia do Norte é "absolutamente inaceitável". "O Japão tomará medidas duras contra a Coreia do Norte", disse o secretário da chefia de gabinete de governo do Japão, Takeo Kawamura. ONU Os dois países já informaram que vão pedir medidas do Conselho de Segurança da ONU. O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, informou que o Conselho de Segurança deve se reunir ainda nesta segunda-feira para discutir o ocorrido. "Estou profundamente preocupado com as informações de um teste nuclear na Coreia do Norte. Acompanho de perto a situação na região - assim como vou acompanhar uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU hoje (segunda-feira)." O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, condenou a ação norte-coreana e disse que ela "vai minar a possibilidade de paz na península coreana e não ajudará a segurança da Coreia do Norte". "A comunidade internacional vai tratar a Coreia do Norte como um parceiro se ela se comportar de maneira responsável. Se não fizer isto, pode esperar apenas contínuo isolamento." O representante de Política Externa da União Europeia, Javier Solana, afirmou que "estes atos irresponsáveis da Coreia do Norte autorizam uma resposta firme da comunidade internacional. A União Europeia entrará em contato com seus parceiros para discutir as medidas adequadas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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