PEQUIM - A China anunciou neste domingo, 18, que vai intensificar as patrulhas nas águas próximas de Taiwan, após a morte de dois pescadores chineses em um incidente com um navio da guarda costeira taiwanesa.
Segundo as autoridades chinesas, o barco com quatro tripulantes virou na quarta-feira, 14, perto das ilhas Kinmen enquanto era perseguido pela guarda costeira taiwanesa. Todos os seus ocupantes caíram ao mar, dois se afogaram e os sobreviventes foram presos.
“A Guarda Costeira de Fujian fortalecerá a sua presença policial no mar e realizará patrulhas regulares nas águas ao redor de Xiamen e Kinmen”, disse Gan Yu, porta-voz da guarda costeira chinesa.
A China expressou a sua “forte condenação” do incidente e instou as autoridades da ilha a libertarem a tripulação sobrevivente.
Taiwan culpou Pequim e afirmou que o navio estava “em águas proibidas” ao largo da costa das Ilhas Kinmen, território administrado por Taiwan que fica a poucos quilómetros da cidade chinesa de Xiamen.
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Escalada de tensões
A relação entre Taiwan e China piorou em 1949 após a guerra civil que terminou com o Partido Comunista no controle do continente. A ilha autogovernada nunca fez parte da República Popular da China, mas Pequim vê Taiwan como uma província separatista a ser retomada.
O líder do Partido Democrático Progressista (DPP), Lai Ching-te, considerado por Pequim um “separatista”, venceu as eleições presidenciais de janeiro em Taiwan.
O incidente marítimo ocorreu num momento de escalada das tensões no Estreito de Taiwan. O Presidente chinês, Xi Jinping, reiterou nos últimos anos o seu desejo de uma “reunificação” da China e Pequim aumentou a pressão militar sobre o arquipélago.
Pequim já declarou que “a independência de Taiwan e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são coisas mutuamente excludentes”.; com AFP
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