Cinquenta civis ucranianos foram retirados nesta sexta-feira, 6, da siderúrgica Azovstal, último foco da resistência às tropas russas que ocupam a cidade portuária de Mariupol, informou a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk.
“Hoje conseguimos retirar de Azovstal 50 mulheres, crianças e idosos”, destacou Vereshchuk no Telegram.
A dirigente acusou, por outro lado, as forças russas de terem violado constantemente o cessar-fogo que havia sido decretado para facilitar a saída dos civis, razão pela qual, afirmou, “a retirada foi extremamente lenta”.
A milícia de extrema direita Batalhão Azov, que defende a gigantesca siderúrgica, acusou durante o dia as tropas russas de terem disparado um míssil antitanque contra um veículo durante o cessar-fogo, matando um soldado e ferindo outros seis.
As retiradas, que são realizadas sob o controle da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), foram iniciadas no fim de semana passado e resgataram do local cerca de 500 civis, segundo a prefeitura de Mariupol.
O controle de Mariupol é estratégico para a Rússia, pois criaria uma conexão entre as áreas separatistas pró-Moscou no leste e a Península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014. Derrubar o último bolsão de resistência em Mariupol seria uma conquista bem-vinda antes de 9 de maio, quando a Rússia comemora a vitória soviética sobre a Alemanha nazista em 1945 com um grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou.
Polônia como ameaça
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse nesta sexta-feira que havia uma retórica hostil vindo da Polônia, que estava se transformando em “ameaça” à segurança da Rússia – um atrito que tem potencial para agravar o conflito na Europa Oriental.
Stanislaw Zarin, porta-voz dos serviços de segurança poloneses, disse que Moscou conduz uma campanha de desinformação contra a Polônia. “O objetivo da Rússia é criar desconfiança entre Polônia e Ucrânia, assim como caluniar a Polônia e apresentá-la como um país perigoso que cria conflitos na Europa Oriental”, afirmou Zaryn. Já a ministra polonesa do Meio Ambiente, Anna Moskwa, disse que “a Polônia está orgulhosa de estar na lista de países hostis de Vladimir Putin”. /AFP e REUTERS
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