Acidente entre avião e helicóptero nos EUA remete a tragédia da Air Florida em 1982

Acidente em 13 de janeiro de 1982 e os esforços de resgate no rio Potomac coberto de gelo levaram à criação de regulamentos e procedimentos para lidar com uma série de acidentes causados pelo acúmulo de gelo nas aeronaves

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Por Joe Heim (The Washington Post)
Atualização:

WASHINGTON - A colisão aérea na noite de quarta-feira, 29, entre um avião comercial da American Airlines e um helicóptero Blackhawk do Exército dos EUA, que deixou 67 mortos, é o acidente aéreo mais grave em Washington desde que um avião de passageiros colidiu com a Ponte da 14th Street, momentos após a decolagem, em um dia nevado de janeiro, há 43 anos.

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O devastador acidente do voo Air Florida 90 em 13 de janeiro de 1982 e os subsequentes esforços de resgate no rio Potomac coberto de gelo prenderam a atenção de Washington e da nação, levantaram questões sobre segurança aérea e, por fim, levaram à criação de regulamentos e procedimentos para lidar com uma série de acidentes causados pelo acúmulo de gelo nas aeronaves.

Investigações após o acidente de 1982 apontaram erro do piloto, cuja equipe não estava acostumada a voar em condições de gelo. Uma tempestade de neve naquela manhã havia deixado cerca de 15 centímetros de neve em Washington e forçado o fechamento do aeroporto até o meio-dia. Após a reabertura, as temperaturas congelantes dificultaram os esforços de degelo das aeronaves enquanto os aviões aguardavam para decolar.

Trabalhadores preparam a fuselagem central do jato Boeing 737 da Air Florida em uma barca no Rio Potomac em 21 de janeiro de 1982, em Washington. O 737 caiu no rio em 13 de janeiro e foi colocado na barca em 20 de janeiro  Foto: Larry Morris/WashingtonPost

Quando o voo Air Florida 90 iniciou sua decolagem mais tarde naquela tarde, a combinação de frio intenso e múltiplos erros dos pilotos selou seu destino. Enquanto o avião acelerava na pista, o copiloto foi ouvido dizendo repetidamente: “Isso não parece certo”.

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O Boeing 737 decolou, mas atingiu apenas cerca de 107 metros de altitude antes de entrar em estol (quando uma aeronave perde sustentação e não consegue mais se manter no ar). Ele colidiu com a ponte às 16h01, apenas 30 segundos após a decolagem.

Setenta passageiros e quatro tripulantes a bordo do avião morreram. O acidente também matou quatro pessoas que estavam em carros na ponte. Quatro passageiros e um tripulante foram resgatados das águas congeladas do Potomac e sobreviveram.

Um passageiro do avião, Arland D. Williams Jr., morreu após ser arrastado pela correnteza enquanto ajudava outras pessoas a sair do Potomac. E Lenny Skutnik, um funcionário federal que mergulhou na água para resgatar um passageiro, foi saudado como herói e convidado pelo presidente Ronald Reagan para o discurso do Estado da União.

Eventualmente, recomendações do NTSB (Conselho Nacional de Segurança nos Transportes) e novas regras estabelecidas pela Administração Federal de Aviação (FAA), combinadas com melhores tecnologias e procedimentos de degelo, ajudaram a melhorar significativamente a segurança.

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O acidente do Air Florida foi uma das duas grandes tragédias de transporte naquele dia em Washington. Um trem do metrô descarrilou perto da estação Smithsonian, matando três pessoas e ferindo dezenas.

Esse não foi o primeiro acidente aéreo a ocorrer nos céus de Washington. Em 1949, um P-38 Lightning, um caça excedente da Segunda Guerra Mundial, caiu enquanto fazia um voo de teste antes de ser entregue à Força Aérea da Bolívia. Ele colidiu com um DC-4 da Eastern Airlines que transportava 51 passageiros e quatro tripulantes. O avião da Eastern estava se aproximando do aeroporto de Washington para pouso quando foi atingido pela aeronave militar.

O piloto do P-38 sobreviveu ao acidente, mas todos a bordo do avião da Eastern Airlines morreram. Na época, foi o pior desastre da aviação comercial dos EUA. Entre as vítimas estavam Helen E. Hokinson, cartunista da revista The New Yorker, e George J. Bates, congressista do Maine.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

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