Colômbia firma cessar-fogo com ELN e outros quatro grupos armados

Acordo estará em vigor pelos seis próximos meses, prazo que pode ser prorrogado com o avanço das negociações

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Por Redação
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O governo colombiano firmou um cessar-fogo de seis meses com os cinco principais grupos armados que operam no país, anunciou o presidente Gustavo Petro no sábado, 31, madrugada do dia 1º no Brasil.

“Acordamos uma trégua bilateral com o ELN, a Segunda Marquetalia, o Estado-Maior Central, o AGC (Autodefesas Gaitanistas da Colômbia) e as Autodefesas de Sierra Nevada de 1º de janeiro a 30 de junho de 2023, prorrogável segundo os avanços nas negociações”, disse o presidente colombiano no seu perfil oficial no Twitter.

A trégua bilateral era o principal objetivo do governo a ser alcançado como parte de sua política de “paz total” que pretende extinguir o conflito armado que persiste na Colômbia, apesar da dissolução da poderosa guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2017.

Pablo Beltran, representante do ELN, discursa na abertura das negociações do grupo com o governo colombiano, em fevereiro de 2022  Foto: Alberto Suarez/Reuters

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A última insurgência reconhecida do país, o Exército de Libertação Nacional (ELN), negocia com o governo desde novembro. Já os grupos Segunda Marquetalia e Estado Mayor Central — que não aderiram ao pacto de paz assinado pelas Farc — mantêm “diálogos exploratórios” com delegados do Petro.

Já as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC), maior quadrilha do país, são formadas por remanescentes dos paramilitares de extrema-direita que se desmobilizaram no início dos anos 2000, assim como as Forças de Autodefesa de Sierra Nevada.

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Os grupos somam mais de 10 mil homens armados, que disputam a receita gerada pelo tráfico de drogas e por outros negócios ilícitos no maior produtor de cocaína do mundo, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz).

O governo oferece “tratamento benevolente do ponto de vista judicial para os atores armados em troca de uma entrega de bens, o desmantelamento dessas organizações e a possibilidade de que deixem de exercer essas economias ilegais”, afirmou recentemente o senador Iván Cepeda à agência de notícias AFP.

Apesar da aproximação com os diferentes grupos armados, Petro até agora não conseguiu conter a espiral de violência que assola o país. O centro de estudos independente Indepaz registrou quase uma centena de massacres em 2022./AFP

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