Opinião | Com vitória de Trump, como ficarão os EUA em relação à Ucrânia, China, Brasil e outros temas?

Estadão pediu para dez dos principais especialistas e analistas responderem como será o mundo no segundo governo Trump

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Foto do author Luiz Henrique Gomes
Atualização:

O republicano Donald Trump venceu as eleições dos Estados Unidos e vai voltar à Casa Branca para seu segundo mandato. Com campanha marcada por atentados contra a sua vida, discursos agressivos e a promessa de tornar os EUA uma hegemonia mundial, o retorno de Trump acontece depois da campanha mais acirrada da história recente dos EUA.

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Com sua vitória, como será o seu segundo mandato? Ele vai impor tarifas sobre a China? Limitar a ajuda militar à Ucrânia? Voltar a impor sanções ao Irã e ajudar Israel em suas guerras no Oriente Médio? Quais serão suas políticas ambientais e a relação com o Brasil?

Para tentar esclarecer essas dúvidas, o Estadão pediu para dez dos principais especialistas e analistas em diversos temas responderem como será o mundo no segundo mandato de Donald Trump.

Imagem mostra Donald Trump durante um comício em Salem, na Virgínia, em novembro. Republicano volta para a Casa Branca para cumprir o segundo mandato Foto: Evan Vucci/AP

Como fica a política externa dos EUA?

A vitória de Donald Trump potencializa “o risco de o Irã virar potência nuclear, de agravamento do conflito entre palestinos e israelenses, de derrota da Ucrânia e aumento da influência da China e da Rússia sobre o Sul Global”. Leia o artigo completo aqui.

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União Europeia, Otan e a guerra na Ucrânia

“As relações entre os Estados Unidos e a Europa tiveram o seu pior momento durante o governo de Donald Trump. O embate dele com o Velho Continente foi tanto do ponto de vista econômico quanto militar”, afirma Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM-SP e especialista em segurança internacional. Com a vitóriaas eleições nos EUA, essa agenda deve ser mantida e até radicalizada, afirma o professor. Leia o artigo completo aqui.

Relação com a China

Para Trump, “a China se tornou um inimigo existencial que precisa ser combatido de todas as formas”. Com ele eleito, diz o docente de relações internacionais da USP, “o objetivo do republicano é colocar pressão máxima nas arenas econômica e estratégica sobre Pequim. Desde o início, a campanha adotou uma postura de confrontação unilateral com Pequim”. Leia o artigo completo aqui.

Oriente Médio, Israel e Irã

“Uma vitória de Donald Trump significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense. Esse é o mais óbvio impacto para a região do Oriente Médio, ou Ásia Ocidental. Essa conclusão parte tanto da dinâmica eleitoral dos EUA quanto de seu primeiro mandato, ponto de partida razoável para analisar e avaliar quais serão as políticas de eventual segundo mandato de Donald Trump para a região”, escreve Filipe Figueiredo, colunista do Estadão, comentarista de política internacional e criador dos podcasts Xadrez Verbal e Fronteiras Invisíveis do Futebol. Leia o artigo completo aqui.

‘Nova Ordem’ global

Para Carlos Gustavo Poggio, doutor em Relações Internacionais e especialista em política dos Estados Unido, a vitória de Donald Trump marca “uma guinada drástica rumo ao nacionalismo econômico e ao conservadorismo cultural, consolidando um Partido Republicano remodelado em torno de sua liderança”. Leia o artigo completo aqui.

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A relação com o Brasil

As diferenças ideológicas de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva vão pesar em um novo mandato do republicano? Menos pela ideologia e mais pelo plano econômico de Trump, afirma Matias Spektor, professor de Política e Relações Internacionais na Fundação Getúlio Vargas, e pesquisador do Carnegie Endowment. “O principal perigo não reside nas diferenças ideológicas entre os dois presidentes, mas no pacote de políticas que Trump pretende implementar, com impacto econômico direto sobre o Brasil”. Leia o artigo completo aqui.

Imigração

Para María del Carmen Villarreal Villamar, professora do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM), Donald Trump continua empunhando a bandeira anti-imigração para mobilizar suas bases e infligir medo nos eleitores de uma “invasão” de imigrantes. “A postura de Donald Trump sobre as migrações é cada vez mais virulenta. Em abril deste ano, o candidato Republicano chamou de “animais” e “não humanos” os imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos, utilizando uma retórica degradante e desumanizadora que tem sido usada repetidas vezes durante a campanha e que lembra as definições utilizadas em governos ditatoriais”, escreve María. Leia o artigo completo aqui.

Meio ambiente

Para Eduardo Viola, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e professor na Fundação Getúlio Vargas (FGV), as políticas ambientais do governo Trump serão muito parecidas com as do seu primeiro mandato. “As medidas climáticas de Biden seriam substituídas por novas ordens executivas que promoveriam a produção de combustíveis fósseis e suspenderiam a atual pausa federal na construção de infraestrutura massiva para exportar gás natural liquefeito”, escreve Viola. Leia o artigo completo aqui.

Inteligência Artificial

No caso de uma vitória de Trump, a resposta para a relação com IA é mais complexa do que pode parecer à primeira vista, escreve Carlos Affonso de Souza, professor de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade. “A postura liberal do ex-presidente em temas econômicos, refratária à imposição de regras pesadas por parte do Estado, poderia levar à conclusão de que o Vale do Silício e as empresas de IA teriam um passe-livre em um eventual novo governo Trump. Não é bem assim, já que a conclusão vai depender do quanto a empresa lida com temas sobre liberdade de expressão ou gera preocupações sobre segurança nacional”. Leia o artigo completo aqui.

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Economia

Para Carolina Moehlecke, professora e Coordenadora do Mestrado Profissional em Relações Internacionais da FGV, e pesquisadora nos temas de Economia Política Internacional e Organizações Internacionais, “a campanha de Donald Trump divulgou uma agenda que promete impulsionar a economia americana, mas os riscos de aumento da dívida, inflação e isolamento do país são altos. Para começar, Trump defende tarifas cada vez mais agressivas, especialmente sobre produtos chineses”. Leia o artigo completo aqui.

Opinião por Luiz Henrique Gomes

Jornalista com experiência em cobertura de segurança pública, saúde, política, sustentabilidade e internacional. Repórter na editoria de Internacional desde fevereiro de 2022, com coberturas na América Latina e China.

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